2011 vai entrar para a História do Brasil, independentemente dos interesses de quem escrevê-la, como o ano em que 6 ministros perderam a boca por denúncias , evidências e provas de corrupção.
Pra ser mais exato, os seis caíram num intervalo de apenas 181 dias já que Antonio Pallocci, o primeiro, caiu em 7 de Junho e Carlos Lupi, o último, caiu em 4 de Dezembro. Diria Lula, nuncanteznahistóriadestepaiz.
A duas semanas de 2012, o recorde só não será maior por falta de ânimo. Às vésperas do Natal e do Reveillon, todos querem evitar a fadiga e deixar as outras cabeças para a prometida reforma ministerial. Caso contrário, Fernando Pimentel e Mário Negromonte seriam assados antes do pernil.
Além dessa marca maior do atual cenário político, há poucos dias foi publicado parte de uma investigação da Polícia Federal que reuniu um conjunto de provas sobre um grande esquema de falsificação orquestrado por petistas durante o recente Escândalo do Mensalão com o objetivo de atingir adversários políticos e,assim, mantê-los ocupados de suas defesas enquanto os mensaleiros se refrescavam das pressões por esclarecimento. Numa das ligações interceptadas pela PF, um dos cabeças do esquema diz, claramente, que a falsificação das assinaturas da “Lista de Furnas” era a salvação do então presidente Lula.
Como se não bastassem essas verdades estarrecedoras, parace cada vez mais possível e provável que o processo contra os mensaleiros seja enrolado, enrolado até que todos os crimes sejam prescritos, devido a uma série de decisões e indecisões dos – e referente aos -ministros do Supremo Tribunal Federal, a despeito de qualquer interesse da opinião pública.
É nesse contexto que, de repente, não mais que de repente, surge no mercado o livro do Amaury Ribeiro Jr., um jornalista que há tempos trabalha para o PT e que foi indiciado pela Polícia Federal por violação de sigilo fiscal, corrupção ativa, uso de documentos falsos e oferta de vantagem a testemunha.
De acordo com a Carta Capital, a revista que propagandeou o livro na edição da semana passada, “a obra apresenta documentos inéditos de lavagem de dinheiro e pagamento de propina, todos recolhidos em fontes públicas, entre elas os arquivos da CPI do Banestado. José Serra é o personagem central dessa história. Amigos e parentes do ex-governador paulista operaram um complexo sistema de maracutaias financeiras que prosperou no auge do processo de privatização. Ribeiro Jr. elenca uma série de personagens envolvidas com a “privataria” dos anos 1990, todos ligados a Serra, aí incluídos a filha, Verônica Serra, o genro, Alexandre Bourgeois, e um sócio e marido de uma prima, Gregório Marín Preciado. Mas quem brilha mesmo é o ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil, o economista Ricardo Sérgio de Oliveira. Ex-tesoureiro de Serra e FHC, Oliveira, ou Mister Big, é o cérebro por trás da complexa engenharia de contas, doleiros e offshores criadas em paraísos fiscais para esconder os recursos desviados da privatização. O livro traz, por exemplo, documentos nunca antes revelados que provam depósitos de uma empresa de Carlos Jereissati, participante do consórcio que arrematou a Tele Norte Leste, antiga Telemar, hoje OI, na conta de uma companhia de Oliveira nas Ilhas Virgens Britânicas. Também revela que Preciado movimentou 2,5 bilhões de dólares por meio de outra conta do mesmo Oliveira. Segundo o livro, o ex-tesoureiro de Serra tirou ou internou no Brasil, em seu nome, cerca de 20 milhões de dólares em três anos”.
Parece óbvio que o livro é mais um projétil nessa eterna guerra que tem como único objetivo provar que os outros são tão sujos quanto nós. Queda de ministros em série no governo Dilma, Mensalão outra vez em evidência…O que fazer? Provar inocência? Claro que não. Lembrar o que todo mundo está enfadado de saber: que não existe mocinho, só bandido, nessa trama.
Assim, embaralham tudo. Na Câmara dos Deputados até já recolheram assinaturas para abertura de CPI.
Acho que dá pra dizer que nuncanteznahistóriadestepaiz, um livro foi tão providencial.
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