Esse ano não deu pra acompanhar o Campeonato Brasileiro como sempre fiz nos anos passados (a ponto de assistir 5 jogos de uma só vez). É que esse ano o Campeonato, pra mim, deixou de ser diversão muito cedo; passou a ser sofrimento desde a 4° rodada do returno quando um urubu pousou no meu ombro e me convenceu de que o Cruzeiro cairia para a segunda divisão: não tive mais olhos para o sofrimento dos outros. No máximo, os melhores momentos dos jogos e a tabela de classificação no jornal.
Que o Corinthians seria campeão eu nunca tive certeza. Mesmo ontem próximo aos 40 minutos do 2° tempo eu ainda acreditava (não que torcia) que no Pacaembu o Marcos Assunção poderia acertar o ângulo do goleiro Júlio César e que no Engenhão o Vasco poderia fechar o seu emocionante 2011 com chave de ouro. Como o jogo do Cruzeiro terminou antes, acabei me dispersando e não ouvi o grito de campeão no Pacaembu.
Secar o Corinthians eu comecei na primeira rodada do Campeonato na vitória de 2 x 1 sobre o Grêmio no Olímpico, com uma atuação que me convenceu de que o time do Titi seria o principal adversário do Cruzeiro pelo título do Campeonato. Isso ficou lá nos desaparecidos arquivos do “1982 Esporte Clube” e naquela vitória com aquele golaço do Wallyson, no Pacaembu, ainda pela 11° rodada do primeiro turno.
Acompanhei menos do que gostaria mas me vejo obrigado a arriscar um palpite: esse é o mais autêntico, menos contestado e, talvez, o mais honesto título conquistado pelo Corinthians nos últimos anos. Dessa vez, pra tristeza geral da nação, não sobrou nenhum motivo pra choradeira, pra teorias conspiratórias ou desejo de matar um árbitro.
Outro ponto que deve ser ressaltado é a “confiança no projeto” demonstrada pelo Andrez Sanches. Nenhum especialista conseguiu explicar como um presidente do Corinthians manteve um treinador após a eliminação da Libertadores para o Tolima. E manteve a confiança durante o mau momento que o time passou durante o Campeonato, apesar de toda pressão.
O título acabou confirmado no único 0 x 0 da última rodada, o que não tira nenhum pingo do brilho da conquista, claro. Mas é que ainda costumamos ver o último jogo como o capítulo final da novela que exige uma última grande cena do(s) herói(s). No caso do futebol, um gol para ser reprisado eternamente como o símbolo maior da conquista.
Talvez, tenha sido só mais um capricho do destino. O maior símbolo dessa conquista, inevitavelmente, será a lembrança do eterno ídolo Sócrates.
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