Um post dedicado, especialmente, à memória da juíza assassinada Patrícia Acioli.
Pra você, talvez a mulher do ano seja sua mãe, sua esposa, sua namorada, sua amiga ou você mesma.O importante é não perdermos a noção de temperatura, tempo e espaço, de mundo. Tem muita mulher por aí cuidando de interesses coletivos, fazendo ou desfazendo coisas que atingem a uma quantidade considerável de pessoas. A essas que eu me refiro. Num ano em que Elizabeth Taylor, Annie Diderot, Maria Schneider, Amy Winehouse e Wilza Carla se foram, eis algumas de nossas referências femininas.
Angela Merkel - Ela é só mais uma peça no tabuleiro do Mercado Financeiro. Seria retirada do trono que ocupa com a mesma frieza e indiferença que foi, por exemplo, Silvio Berlusconi. Mas por acaso ela é a porta-voz da Alemanha, a melhor economia na devastada zona do euro. E aí, sim, ela faz pose, fala grosso e dita algumas regras. Tudo sob o olhar atento de quem realmente manda e desmanda na zona. Mas merece o reconhecimento por ter passado os últimos meses parecendo ser, realmente, muito poderosa.
Hillary Clinton - Não deve ser nada fácil ser secretária de Estado de um governo tão contraditório como o do bom orador Barack Obama. Principalmente num ano em que quase todos os vulcões do mundo político entraram em erupção. Não por acaso, ela quebrou todos os recordes de milhas viajadas de seus antecessores. Só descansou o bumbum da poltrona do avião no início de Novembro quando sua mãe faleceu. Do Havaí à Nova Zelândia, das Filipinas a Israel, da Etiópia a Myanmar. Meros protocolos? Verdeiras guerras que, em 3 anos, não conseguiram tirar o sorriso do rosto da Clinton que há muito tempo é muito mais do que simplesmente a mulher do Bill.
Lady Gaga - Sem querer ofender mas o mais difícil é classificá-la quanto ao gênero. Ela é, mesmo, uma mulher? Só mulher? Menos que mulher? Mais que mulher? Lady Gaga é uma coisa. Serva do demônio? Garota propaganda do inferno? Chocadeira do Anticristo? Uma artista que pertuba. Iniciou 2011 com o melhor de CD de sua carreira, segundo ela mesma, o pertubador "Born this way" que veio procedido logo do clipe da música, de mesmo título do disco, abalador de estruturas. No Grammy saiu de dentro de um ovo. Passou o ano chocando - não o ovo - as pessoas que pensavam que já tinham "visto de tudo nesse mundo".Já em Dezembro surpreendeu, ou seja, chocou ainda mais, com o clipe de "Marry the night", acompanhado da gravação da canção natalina mais famosa da América, "White Christmas". Na noite de Natal lançou, via twitter, "Stuck on fuck in you" e fecha 2011 como a cantora que mais faturou $ e, pra quem acha que sua alma não tem salvação, no topo do Celebs Gone Good. Mas ninguém é obrigado a gostar dela, claro.
Adele - Em um ano de tantas guerras e revoluções, a primeira bomba de 2011 foi atirada pela pouco convencional gordinha inglesa. Seu segundo CD, o Adele 21, foi lançado em Janeiro e explodiu no mundo inteiro durante o ano todo. Como a jovenzinha que reencontra o ex, já casado, em "Someone like you" e a depressiva em crise de euforia vingativa em "Rolling in the Deep", a gordinha caprichou na qualidade musical e quebrou recordes e recordes de venda e execução, entrando para históricas listas da Bilboard e do Guinness Book.
Leymah Gbowee - Num país onde homens vivem em guerra e crianças vão pra escola como se fossem jovens indo para o exército,o que fazem as mulheres? Se vestem de branco e pedem paz? Melhor do que nada. Se reúnem e fazem campanhas de oração? Quem sabe Deus dê aos homens a paz que eles não procuram. Guerra de sexo? Bingo! Foi com essas iniciativas - vestes brancas, orações e, principalmente, greve de sexo - que Leymah ajudou a mudar a história do seu país, a Libéria, mergulhado numa guerra civil de 1989 a 2003 que matou mais de 250.000 pessoas."Tratava-se de um exército de mulheres vestidas de branco, que se ergueram quando ninguém queria fazê-lo, sem medo, porque as piores coisas imagináveis já haviam acontecido conosco". Graças a sua luta, a compatriota Ellen Johnson Sirleaf , com quem, também, dividiu o Nobel da Paz em 2011,tornou-se a primeira mulher a presidir um país africano, em 2006.
Tawakel Karman - Em 2007, muito antes da Primavera Árabe dar seus primeiros espinhos, a jornalista iemenita já ousava reinvindicar liberdade de imprensa em seu país. Primeiro, foi subornada, depois ameaçada. Conseguiu se manter viva e livre até explodir a primeira revolta na região, na vizinha Tunísia. Louca pra fazer história, Tawakel colocou o bloco na rua, encorajou o temeroso povo e poucas semanas depois já estava eternizada como a "Mãe da Revolução". Nada modesto para uma mulher árabe num país árabe. Se paz se conquista com guerra, então está mais que justificado o Nobel da Paz para a iemenita moderninha, que já trocou o niqab por lenços mais coloridos e já escreveu artigos para o The New York Times. Agora só falta mostrar o que vai continuar fazendo no Al-Islah, um partido político dominado pelos radicais da Irmandade Mulçumana e salafistas.
Kate Middleton - Ela não fez guerra, não fez paz, não fez discurso, não militou em defesa dos animais.Apenas casou-se...com o herdeiro da coroa britânica e filho da Lady Di. Num casamento transmitido para o mundo inteiro, ela foi, além da noiva mais vista em 2011, o conto de fadas que saiu dos livros para a vida real, da imaginação para os olhos de muitas ou dos olhos para a imaginação de tantas outras. Pra completar, soube deixar a solteirice com um gesto nobre, apresentando a todos os príncipes e sapos do mundo sua bela irmã, Pippa.
Dilma Rousseff - Ela foi jogada, por cobras, às cobras. Passou 2011 todo usando seu próprio veneno como antídoto e fazendo muita cobra grande morder a própria língua. Seu primeiro ano de governo vai ganhar um lugar todo especial na galeria do nuncanteznahistoriadeztepaiz, com a troca de 6 ministros corruptos, não apenas pela eficiência e influência da VEJA mas muito, também, porque muita gente do seu próprio time jogou contra. Não manteve os corruptos, como fazia seu padrinho Lula, enervando cobras do próprio ninho. Demitindo, como fez, provocou elogios venenosissímos de cobras da oposição, alegres até o talo por poderem usar o termo "herança maldita" contra Lula. Certo é que da mistura de tanto veneno, ela acabou com uma imagem pra lá de positiva no Brasil e no exterior. Mas, como dizia o filosofante, nem só de corrupção vive a política brasileira. O país ainda tem 50% de domicílios sem acesso a saneamento básico e em 2011 os investimentos públicos diminuiram e a arrecadação de impostos, mais uma vez, aumentou. Desafios para a presidenta que em 2011 teve que se ocupar muito de evitar botes de cobras venenosas.
Eliana Calmon -Entra para a galeria do nuncanteznahistoriadeztepaiz, a partir de 2011, as discussões sobre o Poder Judiciário brasileiro. Nuncantez foi tão falado, tão comentado e tão questionado abertamente quanto nos últimas semanas. Cada vez mais, jornalistas arriscam entrar em difíceis e temidos assuntos referentes à turma - e suas instituições - aparentemente tão superiores moralmente e espiritualmente a maioria dos mortais. Cada vez mais, jornais ocupam espaço com artigos de juristas, especialistas nos assuntos. E dá pra dizer, sem medo de errar, que muito dessa abertura se deveu à postura corajosa da ministra do Superior Tribunal Federal e corregedora nacional do Conselho Nacional de Justiça, Eliana Calmon e seu feliz termo "bandidos de toga". A coragem dessa mulher é assustadora. Tomara que em 2012, ninguém a cale, nem viva, nem morta.
Paula Fernandes - Quem era aquela gata que de vestido curto cruzou as pernas e cantou com o Roberto Carlos no fim do ano passado? Um ano depois, ela tem muitas outras referências tão e mais elogiosas que simplesmente ter cantado e encantado o Rei. Letras, músicas, voz...todos fatores fundamentais pra tanto sucesso em 2011, ao ponto de vender mais CDs que Luan Santana, Ivete Sangalo, Exaltasamba e Padre (que eu não sei o nome) juntos. Tanta qualidade profissional aliada a tanta beleza...marcada por um transitar entre a inocência e a malícia, entre a timidez e a ousadia...quanta arte!
Kate Middleton - Ela não fez guerra, não fez paz, não fez discurso, não militou em defesa dos animais.Apenas casou-se...com o herdeiro da coroa britânica e filho da Lady Di. Num casamento transmitido para o mundo inteiro, ela foi, além da noiva mais vista em 2011, o conto de fadas que saiu dos livros para a vida real, da imaginação para os olhos de muitas ou dos olhos para a imaginação de tantas outras. Pra completar, soube deixar a solteirice com um gesto nobre, apresentando a todos os príncipes e sapos do mundo sua bela irmã, Pippa.
Dilma Rousseff - Ela foi jogada, por cobras, às cobras. Passou 2011 todo usando seu próprio veneno como antídoto e fazendo muita cobra grande morder a própria língua. Seu primeiro ano de governo vai ganhar um lugar todo especial na galeria do nuncanteznahistoriadeztepaiz, com a troca de 6 ministros corruptos, não apenas pela eficiência e influência da VEJA mas muito, também, porque muita gente do seu próprio time jogou contra. Não manteve os corruptos, como fazia seu padrinho Lula, enervando cobras do próprio ninho. Demitindo, como fez, provocou elogios venenosissímos de cobras da oposição, alegres até o talo por poderem usar o termo "herança maldita" contra Lula. Certo é que da mistura de tanto veneno, ela acabou com uma imagem pra lá de positiva no Brasil e no exterior. Mas, como dizia o filosofante, nem só de corrupção vive a política brasileira. O país ainda tem 50% de domicílios sem acesso a saneamento básico e em 2011 os investimentos públicos diminuiram e a arrecadação de impostos, mais uma vez, aumentou. Desafios para a presidenta que em 2011 teve que se ocupar muito de evitar botes de cobras venenosas.
Eliana Calmon -Entra para a galeria do nuncanteznahistoriadeztepaiz, a partir de 2011, as discussões sobre o Poder Judiciário brasileiro. Nuncantez foi tão falado, tão comentado e tão questionado abertamente quanto nos últimas semanas. Cada vez mais, jornalistas arriscam entrar em difíceis e temidos assuntos referentes à turma - e suas instituições - aparentemente tão superiores moralmente e espiritualmente a maioria dos mortais. Cada vez mais, jornais ocupam espaço com artigos de juristas, especialistas nos assuntos. E dá pra dizer, sem medo de errar, que muito dessa abertura se deveu à postura corajosa da ministra do Superior Tribunal Federal e corregedora nacional do Conselho Nacional de Justiça, Eliana Calmon e seu feliz termo "bandidos de toga". A coragem dessa mulher é assustadora. Tomara que em 2012, ninguém a cale, nem viva, nem morta.
Paula Fernandes - Quem era aquela gata que de vestido curto cruzou as pernas e cantou com o Roberto Carlos no fim do ano passado? Um ano depois, ela tem muitas outras referências tão e mais elogiosas que simplesmente ter cantado e encantado o Rei. Letras, músicas, voz...todos fatores fundamentais pra tanto sucesso em 2011, ao ponto de vender mais CDs que Luan Santana, Ivete Sangalo, Exaltasamba e Padre (que eu não sei o nome) juntos. Tanta qualidade profissional aliada a tanta beleza...marcada por um transitar entre a inocência e a malícia, entre a timidez e a ousadia...quanta arte!