30 de dez. de 2011

As Mulheres do Ano - 2011.

Um post dedicado, especialmente, à memória da juíza assassinada Patrícia Acioli.


Pra você, talvez a mulher do ano seja sua mãe, sua esposa, sua namorada, sua amiga ou você mesma.O importante é não perdermos a noção de temperatura, tempo e espaço, de mundo. Tem muita mulher por aí cuidando de interesses coletivos, fazendo ou desfazendo coisas que atingem a uma quantidade considerável de pessoas. A essas que eu me refiro. Num ano em que Elizabeth Taylor, Annie Diderot, Maria Schneider, Amy Winehouse e Wilza Carla se foram, eis algumas de nossas referências femininas.


Angela Merkel - Ela é só mais uma peça no tabuleiro do Mercado Financeiro. Seria retirada do trono que ocupa com a mesma frieza e indiferença que foi, por exemplo, Silvio Berlusconi. Mas por acaso ela é a porta-voz da Alemanha, a melhor economia na devastada zona do euro. E aí, sim, ela faz pose, fala grosso e dita algumas regras. Tudo sob o olhar atento de quem realmente manda e desmanda na zona. Mas merece o reconhecimento por ter passado os últimos meses parecendo ser, realmente, muito poderosa.


Hillary Clinton - Não deve ser nada fácil ser secretária de Estado de um governo tão contraditório como o do bom orador Barack Obama. Principalmente num ano em que quase todos os vulcões do mundo político entraram em erupção. Não por acaso, ela quebrou todos os recordes de milhas viajadas de seus antecessores. Só descansou o bumbum da poltrona do avião no início de Novembro quando sua mãe faleceu. Do Havaí à Nova Zelândia, das Filipinas a Israel, da Etiópia a Myanmar. Meros protocolos? Verdeiras guerras que, em 3 anos, não conseguiram tirar o sorriso do rosto da Clinton que há muito tempo é muito mais do que simplesmente a mulher do Bill.


Lady Gaga - Sem querer ofender mas o mais difícil é classificá-la quanto ao gênero. Ela é, mesmo, uma mulher? Só mulher? Menos que mulher? Mais que mulher? Lady Gaga é uma coisa. Serva do demônio? Garota propaganda do inferno? Chocadeira do Anticristo? Uma artista que pertuba. Iniciou 2011 com o melhor de CD de sua carreira, segundo ela mesma, o pertubador "Born this way" que veio procedido logo do clipe da música, de mesmo título do disco, abalador de estruturas. No Grammy saiu de dentro de um ovo. Passou o ano chocando - não o ovo - as pessoas que pensavam que já tinham "visto de tudo nesse mundo".Já em Dezembro surpreendeu, ou seja, chocou ainda mais, com o clipe de "Marry the night", acompanhado da gravação da canção natalina mais famosa da América, "White Christmas". Na noite de Natal lançou, via twitter, "Stuck on fuck in you" e fecha 2011 como a cantora que mais faturou $ e, pra quem acha que sua alma não tem salvação, no topo do Celebs Gone Good. Mas ninguém é obrigado a gostar dela, claro.


Adele - Em um ano de tantas guerras e revoluções, a primeira bomba de 2011 foi atirada pela pouco convencional gordinha inglesa. Seu segundo CD, o Adele 21, foi lançado em Janeiro e explodiu no mundo inteiro durante o ano todo. Como a jovenzinha que reencontra o ex, já casado, em "Someone like you" e a depressiva em crise de euforia vingativa  em "Rolling in the Deep", a gordinha caprichou na qualidade musical e quebrou recordes e recordes de venda e execução, entrando para históricas listas da Bilboard e do Guinness Book.


Leymah Gbowee - Num país onde homens vivem em guerra e crianças vão pra escola como se fossem jovens indo para o exército,o que fazem as mulheres? Se vestem de branco e pedem paz? Melhor do que nada. Se reúnem e fazem campanhas de oração? Quem sabe Deus dê aos homens a paz que eles não procuram. Guerra de sexo? Bingo! Foi com essas iniciativas - vestes brancas, orações e, principalmente, greve de sexo - que Leymah ajudou a mudar a história do seu país, a Libéria, mergulhado numa guerra civil de 1989 a 2003 que matou mais de 250.000 pessoas."Tratava-se de um exército de mulheres vestidas de branco, que se ergueram quando ninguém queria fazê-lo, sem medo, porque as piores coisas imagináveis já haviam acontecido conosco". Graças a sua luta, a compatriota Ellen Johnson Sirleaf , com quem, também, dividiu o Nobel da Paz em 2011,tornou-se a primeira mulher a presidir um país africano, em 2006.


Tawakel Karman - Em 2007, muito antes da Primavera Árabe dar seus primeiros espinhos, a jornalista iemenita já ousava reinvindicar liberdade de imprensa em seu país. Primeiro, foi subornada, depois ameaçada. Conseguiu se manter viva e livre até explodir a primeira revolta na região, na vizinha Tunísia. Louca pra fazer história, Tawakel colocou o bloco na rua, encorajou o temeroso povo e poucas semanas depois já estava eternizada como a "Mãe da Revolução". Nada modesto para uma mulher árabe num país árabe. Se paz se conquista com guerra, então está mais que justificado o Nobel da Paz para a iemenita moderninha, que já trocou o niqab por lenços mais coloridos e já escreveu artigos para o The New York Times. Agora só falta mostrar o que vai continuar fazendo no Al-Islah, um partido político dominado pelos radicais da Irmandade Mulçumana e salafistas.



Kate Middleton - Ela não fez guerra, não fez paz, não fez discurso, não militou em defesa dos animais.Apenas casou-se...com o herdeiro da coroa britânica e filho da Lady Di. Num casamento transmitido para o mundo inteiro, ela foi, além da noiva mais vista em 2011, o conto de fadas que saiu dos livros para a vida real, da imaginação para os olhos de muitas ou dos olhos para a imaginação de tantas outras. Pra completar, soube deixar a solteirice com um gesto nobre, apresentando a todos os príncipes e sapos do mundo sua bela irmã, Pippa.



Dilma Rousseff - Ela foi jogada, por cobras, às cobras. Passou 2011 todo usando seu próprio veneno como antídoto e fazendo muita cobra grande morder a própria língua. Seu primeiro ano de governo vai ganhar um lugar todo especial na galeria do nuncanteznahistoriadeztepaiz, com a troca de 6 ministros corruptos, não apenas pela eficiência e influência da VEJA mas muito, também, porque muita gente do seu próprio time jogou contra. Não manteve os corruptos, como fazia seu padrinho Lula, enervando cobras do próprio ninho. Demitindo, como fez, provocou elogios venenosissímos de cobras da oposição, alegres até o talo por poderem usar o termo "herança maldita" contra Lula. Certo é que da mistura de tanto veneno, ela acabou com uma imagem pra lá de positiva no Brasil e no exterior. Mas, como dizia o filosofante, nem só de corrupção vive a política brasileira. O país ainda tem 50% de domicílios sem acesso a saneamento básico e em 2011 os investimentos públicos diminuiram e a arrecadação de impostos, mais uma vez, aumentou. Desafios para a presidenta que em 2011 teve que se ocupar muito de evitar botes de cobras venenosas.


Eliana Calmon -Entra para a galeria do nuncanteznahistoriadeztepaiz, a partir de 2011, as discussões sobre o Poder Judiciário brasileiro. Nuncantez foi tão falado, tão comentado e tão questionado abertamente quanto nos últimas semanas. Cada vez mais, jornalistas arriscam entrar em difíceis e temidos assuntos referentes à turma - e suas instituições - aparentemente tão superiores moralmente e espiritualmente a maioria dos mortais. Cada vez mais, jornais ocupam espaço com artigos de juristas, especialistas nos assuntos. E dá pra dizer, sem medo de errar, que muito dessa abertura se deveu à postura corajosa da  ministra do Superior Tribunal Federal e corregedora nacional do Conselho Nacional de Justiça, Eliana Calmon e seu feliz termo "bandidos de toga". A coragem dessa mulher é assustadora. Tomara que em 2012, ninguém a cale, nem viva, nem morta.


Paula Fernandes - Quem era aquela gata que de vestido curto cruzou as pernas e cantou com o Roberto Carlos no fim do ano passado? Um ano depois, ela tem muitas outras referências tão e mais elogiosas que simplesmente ter cantado e encantado o Rei. Letras, músicas, voz...todos fatores fundamentais pra tanto sucesso em 2011, ao ponto de vender mais CDs que Luan Santana, Ivete Sangalo, Exaltasamba e Padre (que eu não sei o nome) juntos. Tanta qualidade profissional aliada a tanta beleza...marcada por um transitar entre a inocência e a malícia, entre a timidez e a ousadia...quanta arte!

26 de dez. de 2011

Estou confiando no doutor Ozzy.

Talvez você seja, como eu, alguém que nunca viu graça no gracista Ozzy Osbourne. Mesmo na minha fase mais rock' n' roll, eu nunca fiz questão de arrumar tempo pra ouvir suas músicas. Sei lá...sempre o considerei um exagerado desnecessário. Comer  morcego nunca foi o tipo de gracinha mais eficiente pra chamar minha atenção.
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Mas quando fiquei sabendo que o cara estava posando de médico conselheiro no The Sunday Times, considerei, pelo menos, uma boa sacada. Aí veio o livro e...impossível não não ler. 

"Eis a verdade: seu médico nunca engoliu uma abelha a 110 km/h ou foi declarado clinicamente morto (duas vezes). Tampouco teve sua família eleita a mais disfuncional da civilização ocidental, suportou semanas de injeções antirrábicas (graças a um desentendimento com um morcego), recebeu um diagnóstico errado de Mal de Parkison, quebrou o pescoço em um acidente de quadriciclo, sobreviveu a um acidente de avião ou foi considerado um milagre por estar vivo após consumir montanhas das mais pesadas drogas", é o primeiro paragráfo da orelha do livro.

É isso: um cara que chegou aos 63 anos, contrariando as lógicas. "...uns cientistas da Universidade de Harvard se ofereceram para recolher uma amostra do meu DNA e mapear todo o meu 'genoma humano'. 'Pra que vocês querem isso?', perguntei a eles. 'Pra descobrir como você ainda está vivo', eles disseram. Graças a eles, agora sei com certeza que sou uma 'anomalia genética' (página 17). Uma puta história de vida (independentemente da minha opinião, por exemplo). Só poderia dar num livro muito bem sacado, divertidissimo.

Minha primeira surpresa e gargalhada foi por ter encontrado o livro na seção de Psicologia da livraria Leitura, no sábado. A vendedora me garantiu que não tinha nada de errado. Hoje, em poucos minutos de leitura, já tive crise de riso dentro de um ônibus lotado e na fila de uma farmácia. Acho que as pessoas entenderam bem quando mostrei o livro.

Parece que o doutor Ozzy receita uma boa dose de bom humor para todos os seus pacientes. Vou continuar me consultando.

19 de dez. de 2011

"A privataria tucana", o providencial.

2011 vai entrar para a História do Brasil, independentemente dos interesses de quem escrevê-la, como o ano em que  6 ministros perderam  a boca por denúncias , evidências e provas de corrupção.

Pra ser mais exato, os seis caíram num intervalo de apenas 181 dias já que Antonio Pallocci, o primeiro, caiu em 7 de Junho e Carlos Lupi, o último, caiu em 4 de Dezembro. Diria Lula, nuncanteznahistóriadestepaiz.

A duas semanas de 2012, o recorde só não será maior por falta de ânimo. Às vésperas do Natal e do Reveillon, todos querem evitar a fadiga e deixar as outras cabeças para a prometida reforma ministerial. Caso contrário, Fernando Pimentel e Mário Negromonte seriam assados antes do pernil.

Além dessa marca maior do atual cenário político, há poucos dias foi publicado parte de uma investigação da Polícia Federal que reuniu um conjunto de provas sobre um grande esquema de falsificação orquestrado por petistas durante o recente Escândalo do Mensalão  com o objetivo de atingir adversários políticos e,assim, mantê-los ocupados de suas defesas enquanto os mensaleiros se refrescavam das pressões por esclarecimento. Numa das ligações interceptadas pela PF, um dos cabeças do esquema diz, claramente, que a falsificação das assinaturas da “Lista de Furnas” era a salvação do então presidente Lula.

Como se não bastassem essas verdades estarrecedoras, parace cada vez mais possível e provável que o processo contra os mensaleiros seja enrolado, enrolado até que todos os crimes sejam prescritos, devido a uma série de decisões e indecisões dos – e referente aos -ministros do Supremo Tribunal Federal, a despeito de qualquer interesse da opinião pública.

É nesse contexto que, de repente, não mais que de repente, surge no mercado o livro do Amaury Ribeiro Jr., um jornalista  que há tempos trabalha para o PT e que foi indiciado pela Polícia Federal por violação de sigilo fiscal, corrupção ativa, uso de documentos falsos e oferta de vantagem a testemunha.

De acordo com a Carta Capital, a revista que propagandeou o livro na edição da semana passada, “a obra apresenta documentos inéditos de lavagem de dinheiro e pagamento de propina, todos recolhidos em fontes públicas, entre elas os arquivos da CPI do Banestado. José Serra é o personagem central dessa história. Amigos e parentes do ex-governador paulista operaram um complexo sistema de maracutaias financeiras que prosperou no auge do processo de privatização. Ribeiro Jr. elenca uma série de personagens envolvidas com a “privataria” dos anos 1990, todos ligados a Serra, aí incluídos a filha, Verônica Serra, o genro, Alexandre Bourgeois, e um sócio e marido de uma prima, Gregório Marín Preciado. Mas quem brilha mesmo é o ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil, o economista Ricardo Sérgio de Oliveira. Ex-tesoureiro de Serra e FHC, Oliveira, ou Mister Big, é o cérebro por trás da complexa engenharia de contas, doleiros e offshores criadas em paraísos fiscais para esconder os recursos desviados da privatização. O livro traz, por exemplo, documentos nunca antes revelados que provam depósitos de uma empresa de Carlos Jereissati, participante do consórcio que arrematou a Tele Norte Leste, antiga Telemar, hoje OI, na conta de uma companhia de Oliveira nas Ilhas Virgens Britânicas. Também revela que Preciado movimentou 2,5 bilhões de dólares por meio de outra conta do mesmo Oliveira. Segundo o livro, o ex-tesoureiro de Serra tirou ou internou  no Brasil, em seu nome, cerca de 20 milhões de dólares em três anos”.

Parece óbvio que o livro é mais um projétil nessa eterna guerra que tem como único objetivo provar que os outros são tão sujos quanto nós. Queda de ministros em série no governo Dilma, Mensalão outra vez em evidência…O que fazer? Provar inocência? Claro que não. Lembrar o que todo mundo está enfadado de saber: que não existe mocinho, só bandido, nessa trama.

Assim, embaralham tudo. Na Câmara dos Deputados até já recolheram assinaturas para abertura de CPI.
Acho que dá pra dizer que nuncanteznahistóriadestepaiz, um livro foi tão providencial.

18 de dez. de 2011

Barcelona 4 x 0 Santos. Lição, principalmente, para os mau e bem intencionados da imprensa esportiva.


A idiotice começou há algum tempo. Se acentuou depois que  o Pelé, na maior cara de pau, disse que o Neymar é melhor que o Messi. A partir dali grande parte da imprensa esportiva combinou que manteria essa discussão em evidência. “Quem é melhor, Neymar ou Messi”. Uma dessas canalhices muito bem intencionadas.

Manter essa enquetezinha em evidência, mesmo admitindo que o argentino é melhor, como eu vi, ouvi e li vários jornalistas admitindo (o óbvio e ululante) faz parte daquele processo de industrialização de um ídolo. Perdoável até, desde que não fosse tão exagerado, desde que não apostassem tanto na falta de senso crítico de seus ouvintes, leitores e telespectadores.

Ontem, poucas horas antes do jogo, a materiazinha no Jornal Nacional falava de como e quanto o treinador do Barcelona estava pensando em marcar o Neymar  e não quanto o Muricy estava preocupado em parar o Messi.

Tudo bem! Que brinquem de comparar Neymar e Messi mas acreditar que o Santos tinha alguma chance de encarar o Barcelona…é coisa de fanfarrão. Não me refiro aos que acreditavam que o Santos desse a sorte de vencer mesmo com o Barcelona jogando muito melhor, tendo muito mais posse de bola e criando mais chances de gol. Me refiro àqueles que gritaram nas rádios e nas TVs durante o jogo que o Santos tinha obrigação de ser melhor do que foi, que tinha obrigação de ser mais corajoso, que tinha condições de jogar mais, que creditam muito da derrota ao Muricy Ramalho por ter escalado 3 zagueiros ou por ter escolhido o Elano pra substituir o Danilo.

Durante o jogo, passei pelos dois canais de TV que transmitiram o jogo, Globo e Sportv, e pelas rádios CBN, Globo, Record, Bandeirantes e Jovem Pan. Em todos, tinha lunáticos dizendo que o Santos tinha que ter sido melhor, que era absurda a postura do time, que deviam encarar, que deviam respeitar menos, etc, etc.Na Jovem Pan, deram o azar de entrevistar o Rubens Minelli que em poucos minutos deu uma aula de bom senso aos corneteiros explicando porque não era o Santos o time a ser analisado e, sim, o Barcelona.

De volta para o segundo tempo…e não é que o Santos assanhou alguns poucos bons ataques, criou suas  duas chances de gol!? E o que disseram os caras de pau? Até que se o Santos tivesse jogado daquele jeito desde o início, o jogo e o resultado seria outro. Que o Barcelona, vencendo por 3 x 0, tendo toda uma temporada pela frente, pudesse ter relaxado ou até deixado o Santos brincar um pouquinho, ninguém aceitou levar em consideração.

Ao final do jogo, não tiveram outra opção a não ser reconhecer o  óbvio: que o melhor  time do mundo é espanhol e que o melhor jogador de futebol do mundo é argentino. E não é que nas rádios CBN, Globo, Record, Bandeirantes e Jovem Pan alguns lunáticos insistiram em descarregar asneiras nas orelhas de seus ouvintes, apontando causas e culpados, não pela vitória do Barcelona, pela derrota do Santos!

Não é difícil compreender essa postura da cada vez mais emburrecida imprensa esportiva brasileira. Ao longo dos anos tiveram dificuldade de lidar com o fato do futebol brasileiro ser o melhor do mundo. Nunca encontraram o tom correto da crítica. Álias, sempre politizaram a crítica. De um lado os esquerdistas, fumantes de Marx e bêbados de Gramsci, de outro os de direita, educadores de sentimentos como patriotismo e nacionalismo. E no meio, os puros de coração.

Imaginem, a dificuldade que é lidar com o fato de não termos mais uma Seleção decente, de não termos craques nos principais clubes europeus, de não sermos mais o melhor futebol do mundo, de estarmos muito atrás do futebol jogado pelos espanhóis, pelos alemães e pelos holandeses. Da nossa Seleção hoje não se pode dizer que ela é melhor que pelo menos outras 10 Seleções, alem das 3 citadas.

Tudo isso ás vésperas de uma Copa do Mundo no país. Como vão vender esse produto? Como vão dizer ao mundo que essa é a nossa identidade? Como vão aliar as imagens dos jogos da nossa Seleção ao samba e às mulatas? Se nosso futebol passa por um momento tão ruim, quem somos, o que sabemos fazer de melhor? Não era jogar futebol? E agora?

Essas e outras interrogações explicam muito dos exageros cometidos por parte da imprensa, também, hoje. Explica muito dessa ansiedade, dessa falta do que dizer, dessa preguiça de analisar o futebol com mais inteligência, dessa cara de pau em apostar na falta de senso crítico do torcedor, dessa falta de senso de ridículo.

Do jogo de hoje, tem muita gente, inclusive o Neymar (o menos culpado nisso tudo), dizendo que serviu de lição. Só se for lição para os desatentos, para os que não assistem aos jogos do Barcelona, para quem sofre de uma demência e tiveram dificuldade de compreender a estratosférica diferença entre Barcelona e Santos, para os lunáticos, para os mau intencionados e para os bem intencionados, também.

Mas, claro, sem rancor, sem stress,  sem traumas…Afinal, o circo tem que continuar. Estamos todos debaixo da lona, por vontade própria e com muito prazer.

Páginas amarelas da Veja. Sobre o que todo mundo sabe e ninguém muda.

Na edição da semana passada o entrevistado foi o sociólogo Claudio Beato, teórico especialista em segurança pública, coordenador do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública da UFMG que falou, especialmente, sobre a velhissima e conhecidissima necessidade de uma limpeza na polícia, especificamente, de acordo com a proposta da entrevista, na polícia do Rio de Janeiro.
O especialista fez declarações bombásticas, daquelas que, infelizmente, não fazem nenhum efeito. Dêem uma conferida:

“As milícias galgam postos na polícia, operando para que os crimes jamais sejam apurados”.

“É preciso empreender uma faxina na polícia do Estado, que figura entre as mais corruptas do país. A podridão não se limita às bases da corporação, mas está entranhada nos mais altos escalões.

A descoberta de que o mentor do assassinato de uma juíza era um tenente-coronel envolvido com grupos de extermínio ou a saída do país de um deputado sob ameaça de milícias são dois estarrecedores episódios que expõem o problema de forma inequívoca.

A limpeza na instituição deve ser implacável. Afinal, as quadrilhas formadas pelos bandidos de farda, esses que compõem as milícias, são, a meu ver, o maior mal a ser combatido na área da segurança pública — um fenômeno brasileiro que ganha contornos próprios no Rio de Janeiro.

A conivência da polícia e dos políticos ajuda a explicar essa aberração. Foram décadas até que se chegasse a tal situação. E não foram poucas as chances de interromper o processo.

Assim como em outras grandes cidades que passaram por flagelo semelhante, como Los Angeles ou Bogotá, a história teve início quando as gangues que atuavam nas favelas cariocas começaram a se organizar dentro das cadeias, na década de 80. Surgiram aí as facções criminosas ainda hoje em atividade.

O mesmo se deu em São Paulo, com o PCC, e em outras cidades do país, em menor escala. Mas só mesmo no Rio, onde a promiscuidade entre a polícia e a bandidagem se manifesta de forma mais pronunciada desde a era dos grandes bicheiros, os criminosos encontraram um ambiente tão favorável.

Isso permitiu que evoluíssem para o absurdo que é o domínio de porções da cidade pelos marginais. Quando contei a um amigo americano que me visitou recentemente sobre os avanços no Rio, ele indagou: “Deixe-me ver se entendi. Vocês tinham áreas inteiras dominadas por traficantes e nunca haviam feito nada a respeito?”. Ele está certo. O mais espantoso é que o Estado tenha demorado tanto a agir”.

Na edição desta semana, que chegou hoje às bancas, é a vez do presidente do Tribunal Superior do Trabalho,  João Orestes Dalazen, soltar um monte de bombas que, também, não farão nenhum efeito. Explodirão todas num chão já arrasado. Confira:

“A criação de sindicato é um dos negócios mais sedutores e mais rentáveis neste país”.
“Há uma grave anomalia na organização sindical brasileira, a começar por essa desenfreada e impressionante proliferação de sindicatos, que está na contramão do mundo civilizado. A redução do número de sindicatos fortalece a representatividade e dá maior poder de barganha. Não se conhece economia capitalista bem sucedida que não tenha construído um sistema de diálogo social através de sindicatos representaivos e fortes. No Brasil, infelizmente, o panorama é sombrio.
Aqui, os sindicatos, em sua maioria, são fantasmas ou pouco representativos. O Brasil vive uma contradição. A Constituição prevê o regime de sindicato único. Só deveria haver uma entidade representativa de cada categoria de cada categoria em determinada área. Na prática, há uma proliferação desenfreada de sindicatos. Isso se explica porque a criação de sindicato é um dos negócios mais sedutores e mais rentáveis que se podem cogitar neste país.

[...]

O Brasil precisa ratificar com urgência a convenção da Organização Internacional do Trabalho sobre a liberdade sindical. Nosso país está entre os poucos de economia capitalista que ainda não o fizeram. Essa convenção consagra a ampla liberdade de criação de sindicatos, de filiação, de contribuição ou não. A extinção da contribuição sindical é fundamental. Mas a reforma sindical no cenário político de hoje infelizmente é remota. Existe sólida rede de interesses arraigados há décadas”.

Por aqui, todos nós conhecemos nossas realidades. Velhas e absurdas realidades! E as recontamos e as relemos nas principais revistas do país sem que ninguém conteste, sem que nada seja feito para mudar.
Intrigante!

14 de dez. de 2011

Santos 3 x 1 Kashiwa Reysol. Estréia e Despedida.

Foi uma boa experiência. Estrear e vencer num Mundial Interclubes é oportunidade rara na carreira de qualquer jogador e mesmo na história dos clubes. O quase centenário Santos, por exemplo, participa de um Mundial pela terceira vez, mesmo número de participações do São Paulo, únicos brasileiros tricampeões da dificílima e cobiçadíssima Libertadores.

O fraco Kashiwa Reysol terá seu lugar merecido na história do Santos. Ocupará um espaço infinitamente menor do que o Mazembe na história do Internacional e era isso, mesmo, que importava no jogo de hoje. Mas que fique bem claro que não foi por falta de oportunidades de gol, criadas  com certa facilidade na mamata zaga santista, que o time japonês deixou de escrever um capítulo de horrores na história santista.

Espero que o time e a torcida do Santos tenham se divertido. Porque domingo, mais uma vez, o playground é todo do Barcelona que não fará menos de 5 gols. Hoje foi a estréia e a despedida (quanto a disputa do título)  do Santos da competição.

13 de dez. de 2011

Copa do Brasil. O Tetracampeão voltou!

A CBF divulgou, na manhã desta terça-feira, o diagrama e a relação dos 64 clubes que vão participar da Copa do Brasil do ano que vem. A tabela completa, com as datas dos jogos, será divulgada até esta sexta-feira, segundo o site oficial da entidade. Os confrontos válidos pela primeira fase já estão definidos.

O Cruzeiro, maior vencedor da competição junto com o Grêmio, 4 títulos cada, está de volta à competição 5 anos depois e terá como primeiro adversário o Rio Branco do Acre. Para os mais superticiosos, vale lembrar que a única vez que o Cruzeiro estreou na Copa do Brasil contra um clube acreano, foi em 1996 quando eliminou o Juventus com um 1 x 1 no Acre e um 4 x 0 em Minas e seguiu rumo ao título, conquistado contra o Palmeiras da Parmalat.

Em sua última participação, em 2007, o Tetracampeão, com um time muito mal treinado pelo filosofador Paulo Autuori, foi eliminado ainda nas oitavas pelo Brasiliense que venceu por 1 x 0 no Mineirão e garantiu a classificação com um empate de 1 x 1 na Boca do Jacaré. Essa foi a última escalação do Cruzeiro numa Copa do Brasil: Fábio; Gabriel, Luisão, Gladstone e Fábio Santos; Léo Silva (Leandro Domingues), Ricardinho, Geovani (Rômulo) e Maicosuel (Felype Gabriel); Guilherme e Araújo.
Rumo ao penta? Rumo ao penta!

12 de dez. de 2011

Na Veja: "A trama dos falsários". Mais uma do PT pra coleção.

Achei pequena a matéria de capa da Veja dessa semana. Apenas 7 páginas, com fotos grandes que ocuparam espaço considerável.
É que quando se trata de denúncia de corrupção petista, a gente sempre espera muito e mais um pouco.

Claro que o tamanho do texto jornalístico não tem nenhuma relação com o valor do conteúdo.

Numa breve autoanálise me dei conta de que, por um instante, eu quis ver reunido todos os casos de corrupção cometida por petistas desde que  o Lula foi eleito com as bandeiras da moral, da ética e da transparência.

Não sei…de repente me deu vontade de colecionar alguma coisa e colecionar casos de corrupção de petistas desde 2002, pelo menos, seria um enorme desafio. Afinal, são tantos…

Álias…colecionar casos de corrupção…

É isso que fazemos há muito tempo. E não há colecionador mais (in)satisfeito do que colecionador de casos de corrupção petista, visto a enorme diversidade, criatividade e quantidade, relativamente, em tão pouco tempo.

Dessa vez, pra quem ainda não leu, o resumo é o seguinte:

“VEJA teve acesso a um conjunto de conversas gravadas pela Polícia Federal que ilustram como esse receituário de mentiras e falsificações foi usado para tentar debelar a mais aguda crise do petismo. Os diálogos foram interceptados por ordem judicial no primeiro semestre de 2006, quando as investigações da CPI dos Correios, que apurava o esquema de pagamento de propina a parlamentares montado pelo então homem forte do governo, José Dirceu, se aproximavam do fim. Esse conjunto de provas, que até agora era desconhecido, evidencia como uma ala do PT mineiro, com o incentivo e o apoio da cúpula nacional do partido, se aliou a um conhecido estelionatário para produzir e divulgar um documento falso que tinha o objetivo de confundir os parlamentares que investigavam o mensalão, macular a imagem de políticos de oposição e, numa intenção ainda mais ousada, também induzir a erro o ministro Joaquim Barbosa, relator no Supremo Tribunal Federal”.

Uma pérola para todos nós colecionadores dessa série ilimitada.

9 de dez. de 2011

Fumar é uma delícia!

Depois de anos de campanhas massacrantes anti-tabagismo, qualquer um sabe quais são os males provocados pelo cigarro.


O que quase ninguém admite mais são os prazeres, os bens, as delícias provocadas pela fumaça demonizada.

O dinheiro gasto – ou investido? – nessas campanhas provocaram efeitos irresistíveis na personalidade contestadora, provocadora do, então, livre e feliz fumante.

Com um monte de mentiras e verdades exageradas atingiram o ponto mais frágil do tragador da fumaça legal: constrangimento perante outros, desde os mais próximos e queridos aos mais distantes e indiferentes.

Superestimaram a figura do fumante passivo que, de repente, numa estratégia de marketing, virou a maior vítima do cigarro e, assim, o maior inimigo do fumante. E como prevê as profecias apocalípticas, colocaram pais contra filhos, filhos contra pais, irmãos contra irmãos, colegas de trabalho contra colegas de trabalho…
 
Enquanto tenta se livrar do sentimento de culpa por estar matando o filho, a mãe, o pai, a esposa, o amigo, o monstruoso fumante passou a conviver com apelos dramáticos, emocionates para que ele abrisse mão do seu prazer, para o seu próprio bem e para o bem dos que o amam. Forte, hein!

Mas como parar, por quê parar se fumar é tão gostoso, tão prazeroso, tão delicioso?!

Isso os publicitários anti-cigarro não dizem. Bombardeiam o cérebro do fumante com palavras, sons e imagens horríveis.

Conscientemente, o fumante até assimila esse bombardeio como justo, honesto, bem intencionado.

Mas e a subconsciência, e aquilo que o cérebro, o corpo sentem, sabem e o fumante não diz, não admite? Que fumar é uma delícia.

As campanhas são tão intensas, tão massacrantes, tão desonestas que obrigam o fumante a dizer o que não sentem, o que não acreditam. Uma espécie de assédio moral, de lavagem cerebral que só contribuem para o aumento da fissura, do sentimento de culpa, da sensação de excluído e  fracassado.

Todo fumante antes de qualquer tentativa de parar de fumar,  deve admitir pra si mesmo os prazeres do cigarro, o quanto ele gosta de tragar aquela fumacinha. Assim, por ser mais honesto, fica mais fácil reaprender a viver sem o cigarro.

Negar essa verdade obrigará ao fumante passar o resto da vida sustentando um fardo muito pesado só para tentar enganar alguma parte do cérebro e de todo organismo que é capaz de passar anos e anos esperando pela volta daquela fumacinha deliciosa. Por isso não são raos os casos de recaídas.

Eu, a 2 meses de completar 30 anos de idade, fumo 2 maços por dia há 16 anos. Álias, fumava. Depois conto como estou sem fumar, sem sentir esse delicioso prazer.

7 de dez. de 2011

Sem sorrir Alexandre Kalil é o melhor palhaço do circo.


É, realmente, fascinante o bom humor, a “presença de espírito” e a coragem do presidente atleticano Alexandre Kalil. Só mesmo alguém com essas qualidades poderia voltar todas as câmeras, todos os microfones e todos os ouvidos pra ele depois da constrangedora cacetada que o Cruzeiro deu no Atlético no último domingo. 

Tudo bem, não é a primeira vez que ele vira o personagem do dia, da semana, da quinzena pelo monte de gracinhas que diz. Mas depois de domingo, ele precisava se superar. E se superou.
 
Dessa vez, não adiantava só polemizar como uma “celebridade” em busca de holofotes. Dessa vez, as coisas eram muito mais sérias que foram, por exemplo, quando o Atlético tomou de 6 para o Corinthians e ele disse que “o time borrou” ou quando o Atlético tomou de 5 x 0 para o Cruzeiro e ele disse que não tinha ido ao Mineirão porque seu filho tinha saído com seu carro.

Dessa vez, ele precisava falar pra um povo que acabou de sofrer com um tsuname , um terremoto e um vulcão ao mesmo tempo. Mais uma vez, o mundo do atleticano desabou mas desta vez acabou mesmo, “de com força”.

Mas eis que o grande palhaço, o grande artista Alexandre Kalil entrou em cena e… conseguiu fazer os olhos de muitos atleticanos brilharem de novo. Assim…como num passe de mágica.

Como se, mesmo antes do jogo, ele já era considerado o principal responsável pela tal entrega do jogo ao Cruzeiro? Não era ele que tinha almoçado com o Zezé Perrela e com o Ricardo Guimarães para vender o jogo? Depois do 6 x 1, então… tudo indicava que teria o mesmo destino do Muammar Kadhafi.

Mas… que fascinante! Que mágica! Que sedução! Que inteligência! Que sagacidade! Que encanto!

Em pouquissimo tempo, após 1/2 dúzia de palavras, Kalil já havia conseguido deixar de ser réu para se transformar na grande vítima. Ele passou mel na ponta da língua e voou em cada boca atleticana para compartilhar seu doce.

Relembre com que palavras – astutas, mágicas, sedutoras, encantadas – ele conseguiu fazer muitos atleticanos desistirem da idéia de suicídio ou, para os mais moderados, da promessa de nunca mais torcer para “essa merda”, “essa porcaria”, “essa desgraça”:

“A torcida do Atlético não merece a vergonha que passou hoje. Eu cansei de prometer, de fazer. Eu tinha prometido um bicho de um milhão de reais, que está sendo cancelado. Eu dei o bicho e acabo de tomar”.

“O bicho foi dado só que não foi dada a data. Então, ele pode ser entregue uma hora que a torcida faça um clamor pra pagar o bicho que eles mereçam ou pode ser em 2052″.

“E se alguém achar… se algum jogador do Atlético achar que merece um prêmio, vá na imprensa, põe a cara e fala assim: ‘eu mereço o prêmio’ e vem cá no caixa e busca. Entendeu?”

“Dá a impressão, e até eu acho, que houve um acerto para entregar o jogo para o Cruzeiro, tamanha desmobilização e descompromisso. Eu me reuni com os jogadores e disse a eles que era o jogo mais importante da história do clube. Eu sou o mais envergonhado, não vou sair para a rua, pois tenho vergonha na cara”,

“Uma tragédia que, definitivamente, eu não aceito. Pisar na nossa alma não vão mais. Na minha gestão, não. Isso não é perder um jogo, isso é pisar na alma do atleticano”.

“O que fizeram ontem em campo não foi perder o jogo, foi pisar no nosso coração. É isso que eu não aceito. ‘Ah perdeu pro Cruzeiro, ganhou do Cruzeiro…’ isso é a coisa mais normal do mundo. Mas pisar no nosso coração, na nossa alma, isso eu não aceito e não vai acontecer mais. Então, pisou de lá, toma pisada de cá”.

Todos – atleticanos, imprensa, patrocinadores e, inclusive, cruzeirenses – precisam de um maestro como ele. Afinal, ninguém quer ver o circo arriar a lona.

6 de dez. de 2011

Carlos Lupi também caiu. A faxineira não consegue secar a rampa.

Nunca antes na história desse país… Diria o nosso Pedro Álvares Cabral do século XXI, Lula.

O cai cai de ministros no governo VEJA…digo…no governo Dilma é mesmo um a. (antes) e um d. (depois) na História do Brasil. Por enquanto já foram sete, sendo seis por evidências de corrupção.

O curioso é que nuncanteznahistóriadestepaíz um presidente da República se deu tão bem com tanta corrupção quanto tem se dado a Dilma Rousseff.

Além de reconhecimento interno, a dondoca já foi destaque em vários veículos na imprensa internacional como quem é intolerante à – e combate a – corrupção.

Em qualquer outra circunstância, o presidente da República sempre foi responsabilizado pelas mazelas cometidas por seus ministros. Com a Dilma, não. Pelo contrário, ela é tida e havida como a responsável pela limpeza, é a faxineira da República.

Jogo político.  Pra muitos, muito mais excitante, emocionante que qualquer clássico na última rodada do Campeonato Brasileiro.

Muitos dos que dão à Dilma a oportunidade de ser reconhecida como a faxineira da República, são os que mais torcem por sua derrocada. Se Dilma faz faxina é porque tem faxina pra fazer. Se tem faxina pra fazer é porque ou ela recebeu uma “herança maldita” do Lula ou de si mesma, como ex-chefe da Casa Civil. Se não é herança, é erro nas escolhas. Se é erro nas escolhas, é incompetência. Se não é incompetência, é vítima do sistema.

Se é tudo isso, é certeza de que não tem faxineira que dê conta da tarefa. Outros dois ministros já estão escorregando. Ou Dilma dá um jeito de secar logo essa rampa ou em breve vão lhe vestir outra personagem, muito menos divertida.

Onde foi que Ricardo Teixeira e João Havelange erraram?

Imagino que aos  95 anos de idade, João Havelange já tenha feito de tudo e mais um pouco pelo poder, no poder e com o poder na mega indústria do futebol.

Foram 18 anos como presidente da CBD (Confederação Brasileira de Desportos que, incluindo o futebol, congregava 24 modalidades esportivas) e outros 24 anos como presidente da FIFA, além dos 48 anos como integrante do COI (Cômitê Olímpico Internacional).

Tantos anos de serviços prestados ao esporte (com ou sem ironia) não impediu que, às vésperas de, provavelmente, sua última grande jogada, uma de suas tantas malfeitorias o expusesse constrangedoramente à comunidade esportiva internacional. Antes que sua biografia fosse manchada com a expulsão do COI, alegou problemas de saúde e saiu pelas portas do fundos da instituição.

Depois de tantos à frente dessas entidades e de sua considerável contribuição para a escolha do Brasil como sede das próximas Copa do Mundo e Olimpíadas, João Havelange parecia ter um ùltimo desejo: fazer de Ricardo Teixeira, o próximo presidente da FIFA.

Esse desejo ele revelou publicamente pela primeira vez (pelo menos que eu saiba) numa entrevista concedida à Folha em junho de 2008. No desaparecido 1982 Esporte Clube eu publiquei essa entrevista que, além dessa declaração chamava a atenção para outros assuntos interessantíssimos. Mas ninguém – nem a Folha – quis repercutir muito as confissões do Havelange à época.

Feito essa e outras considerações, a pergunta que me faço é: Onde foi que João Havelange e Ricardo Teixeira erraram? Porque eu quero mais é que vá pra tonga da mironga do kabuletê quem acha que denúncias tão graves com consequências tão drásticas como essas contra os dois não tenha por detrás delas interesses muito menos nobres do que simplesmente limpar, moralizar o alto comando da mega indústria esportiva.

João Havelange, principalmente, deve ter subestimado algum ex-aliado, se esquecido de fazer um agrado a algum inimigo político ou, fundamentalmente, não contava com a astúcia do atual presidente da FIFA, Joseph Blatter, que, a princípio, diz não pretender se canditar à reeleição em 2015 mas, por questão de honra ou desonra, não admite não fazer seu sucessor.

Tem muita gente poderosa envolvida nisso tudo. Pelo jeito, João Havelange e Ricardo Teixeira têm menos poderes do que imaginavam.

5 de dez. de 2011

O Corinthians é o Campeão Brasileiro de 2011?

Esse ano não deu pra acompanhar o Campeonato Brasileiro como sempre fiz nos anos passados (a ponto de assistir 5 jogos de uma só vez). É que esse ano o Campeonato, pra mim, deixou de ser diversão muito cedo; passou a ser sofrimento desde a 4° rodada do returno quando um urubu pousou no meu ombro e me convenceu de que o Cruzeiro cairia para a segunda divisão: não tive mais olhos para o sofrimento dos outros. No máximo, os melhores momentos dos jogos e a tabela de classificação no jornal. 

Que o Corinthians seria campeão eu nunca tive certeza. Mesmo ontem próximo aos 40 minutos do 2° tempo eu ainda acreditava (não que torcia) que no Pacaembu o Marcos Assunção poderia acertar o ângulo do goleiro Júlio César e que no Engenhão o Vasco poderia fechar o seu emocionante 2011 com chave de ouro. Como o jogo do Cruzeiro terminou antes, acabei me dispersando e não ouvi o grito de campeão no Pacaembu.

Secar o Corinthians eu comecei na primeira rodada do Campeonato na vitória de 2 x 1 sobre o Grêmio no Olímpico, com uma atuação que me convenceu de que o time do Titi seria o principal adversário do Cruzeiro pelo título do Campeonato. Isso ficou lá nos desaparecidos arquivos do “1982 Esporte Clube” e  naquela vitória com aquele golaço do Wallyson, no Pacaembu, ainda pela 11° rodada do primeiro turno.

Acompanhei menos do que gostaria mas me vejo obrigado a arriscar um palpite: esse é o mais autêntico, menos contestado e, talvez, o mais honesto título conquistado pelo Corinthians nos últimos anos. Dessa vez, pra tristeza geral da nação, não sobrou nenhum motivo pra choradeira, pra teorias conspiratórias ou desejo de matar um árbitro.

Outro ponto que deve ser ressaltado é a “confiança no projeto”  demonstrada pelo Andrez Sanches. Nenhum especialista conseguiu explicar como um presidente do Corinthians manteve um treinador  após a eliminação da Libertadores para o Tolima. E manteve a confiança durante o mau momento que o time passou durante o Campeonato, apesar de toda pressão.

O título acabou confirmado no único 0 x 0 da última rodada, o que não tira nenhum pingo do brilho da conquista, claro. Mas é que ainda costumamos ver o último jogo como o capítulo final da novela que exige uma última grande cena do(s) herói(s). No caso do futebol, um gol para ser reprisado eternamente como o símbolo maior da conquista.

Talvez, tenha sido só mais um capricho do destino. O maior símbolo dessa conquista, inevitavelmente, será a lembrança do eterno ídolo Sócrates.

Cruzeiro 6 x 1 Atlético-MG.

Felicidade!

Vergonha!

Honra.

Lisura.

Honestidade?

Tristeza!

Grito!

Silêncio.

Lágrimas…

Vingança.

Vida!

Pra quê?

Morte!

Por quê?

Nunca mais!

Para sempre!

Esperança!

Em quê?

2 de dez. de 2011

O Partido Liberdade e Justiça (PLJ), braço político do grupo islamita Irmandade Muçulmana, se declarou o vencedor da primeira etapa das eleições legislativas no Egito, realizada nesta segunda-feira e terça-feira. Em comunicado, o partido afirmou que obteve mais de 40% dos votos na maioria das nove províncias onde ocorreu esta primeira fase, entre elas onde estão localizadas a capital Cairo e Alexandria, segunda maior cidade do país.

Os islamitas afirmaram que venceram a lista fechada, na qual vota-se apenas na legenda, nas províncias de Fayum, Mar Vermelho, Cairo e Asiut. Dois terços das cadeiras da Assembleia do Povo, a Câmara Baixa do Palamento egípcio, serão definidos com esses votos. Na lista aberta, a Irmandade Muçulmana afirmou que vários de seus candidatos foram bem votados. Pelas regras da eleição no Egito, um terço das vagas do Parlamento fica com os candidatos vencedores.

O jornal estatal Al Ahram confirmou a vitória dos islamitas, afirmando que o Partido Liberdade e Justiça e o Al Nour, legenda salafista, foram os dois primeiros em seis das nove províncias onde houve a votação. Em Alexandria, o jornal afirma que a Irmandade Muçulmana alcançou 41% dos votos e os salafistas, 24%. O resultado oficial, no entanto, só deve ser divulgado nesta quinta-feira, declarou a Comissão Eleitoral, que ainda contabiliza votos em localidades mais distantes e também dos egípcios que vivem no exterior. (da VEJA)

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Na edição de domingo, o Estadão publicou entrevista com  um dirigente do partido radical – salafista – Al-Nur (ou Al Nour ou Al Noor), Nader Bakkar. Ele bancou o moderado. Confira:

Vocês aceitam que os militares fiquem no poder até a realização da eleição presidencial? Sim, mas com funções bem específicas, de manutenção da ordem, defesa do país e política externa. Não interferindo em todos os assuntos da vida cotidiana dos egípcios e deixando que o governo civil cuide dos assuntos internos, sem pressão, como a que exercia sobre o gabinete anterior.

Quais são as reais intenções dos militares? Na minha opinião, o conselho militar não acredita que o povo egípcio possa ter uma democracia e um regime civil, como deve ser. É uma ideia preconcebida de que os egípcios não conseguem se governar sem a intervenção militar nas questões internas e externas.

O sr. acha que eles querem desempenhar o papel de barreira contra a influência islâmica, como ocorreu na Turquia? Algumas pessoas aqui no Egito querem isso, mas agora não podemos dizer se o Conselho Supremo das Forças Armadas é a favor ou contra esse papel.

O sr. não tem certeza de qual é a posição deles sobre um Estado islâmico? Não quero responder.

Que tipo de influência o sr. acha que o Islã deve ter sobre a Constituição? Esperamos nos tornar um Estado civil, não um Estado secular. Com leis que emanam da sharia (lei islâmica), já que é a principal cultura do povo aqui. Até mesmo dos cristãos. Mesmo antes da revolução, uma vez um tribunal daqui decidiu que um cristão podia se casar de novo e o papa condenou essa decisão, dizendo que queria que prevalecesse a sharia, que se aplica a todo o país, e estabelece que os cidadãos devem obedecer à religião, não ao tribunal. E a Justiça concordou, porque é o que diz o Artigo 2.º da Constituição, que as leis emanam da sharia. Portanto, não temos nenhum conflito com os cristãos. Mas, se as leis liberais prevalecem, as pessoas podem se casar e divorciar quantas vezes quiserem, o que é contra a religião cristã. A sharia diz que os cristãos podem consultar sua Igreja sobre todas as questões pessoais.

Que outros aspectos da vida devem ser governados pelos princípios islâmicos? Estamos falando genericamente de todos os princípios, mas tudo vem de forma gradual. Queremos aplicar as normas da sharia também na economia. Por exemplo, o zakat, a transferência de dinheiro dos ricos para os pobres. A eliminação dos juros, outro preceito islâmico, é a melhor medida para a economia. Até os maiores economistas reconhecem isso, assim como os manifestantes do movimento Ocupe Wall Street. Mas não podemos baixar os juros para zero de um dia para o outro. Seria catastrófico, até para os títulos da nossa dívida. Temos de respeitar os contratos assinados com outros países. Também queremos incentivar, com empréstimos sem juros, as pequenas e médias empresas, como fez o Lula no Brasil.

E o véu? Vocês querem mudar a maneira como as mulheres se vestem? Não vamos impor nada ao povo egípcio. A sharia desapareceu da vida das pessoas por muito tempo. Elas não têm uma visão completa da sharia, não sabem como ela as beneficiará, as levará para o caminho certo. Então, não podemos dizer: ‘OK, pessoal, agora governamos vocês e queremos impor isto e aquilo’, coisas que eles nunca ouviram falar. As coisas vêm gradualmente, com discussão, por meios democráticos, e temos certeza de que os egípcios aceitarão bem a sharia.

Como era sua vida política antes da revolução? Tanto nós quanto os outros não tínhamos liberdade. Era como uma peça de teatro. O partido do governo era o herói e todos os personagens. Éramos a plateia. Não podíamos fazer nada a não ser pagar os ingressos.
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Surpreendente avanço salafista preocupa os laicos no Egito

por Sarah Benhaida/ Agência AFP (01/12)

A ideia de um Parlamento dominado por uma aliança entre a Irmandade Muçulmana e os salafistas provoca inquietações nos meios laicos e na comunidade copta.

“O temor é que se as correntes islamitas dominarem o Parlamento, isto pode culminar em um sistema não democrático e autoritário sob cobertura religiosa”, afirmou Hassan Nafaa, professor de ciência política na Universidade do Cairo, citado por Al Churuq.

“Não queremos substituir Mubarak por um regime teocrático autoritário”, acrescentou.

De qualquer forma, a coalizão entre o PLJ e o Al Nur não é algo já conquistado. O Al Nur, que formava parte da Aliança democrática dirigida pela Irmandade Muçulmana, saiu desta para criar sua Aliança Islâmica.
Os salafistas, que reivindicaram uma interpretação mais rigorosa do islã, convocam a aplicação da sharia (lei islâmica) nos terrenos político, social e econômico.

Estes resultados só envolvem o primeiro terço do Egito, que votou na segunda e terça-feira. As eleições continuam em todo o país até o dia 11 de janeiro pelos deputados e depois até o dia 11 de março para a Shura (senado).

No entanto, se esta tendência se confirmar nas próximas etapas da eleição, a Irmandade Muçulmana se converterá na maior força política egípcia, depois de ter sido reprimida durante décadas no regime do presidente deposto Hosni Mubarak.

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Sabem o que isso significa? Que aos poucos vai sendo esclarecido o verdadeiro objetivo dessa “Primavera Árabe”, que não dá flor nem para o funeral de suas vítimas.  Albert Pike  deve estar se remexendo no túmulo.

1 de dez. de 2011

Ronaldo blinda Ricardo Teixeira por amor ao povo. Que nojo!

Eu sei que faz parte do jogo mas não precisava ser tão hipócrita, tão mesquinho, tão nojento.

Que o Ronaldo abrace o Ricardo Teixeira, o Fernandinho Beira-Mar, o Nem, o José Dirceu ou um monte de travestis em nome de qualquer interesse, pouco me atinge. Fundamentalmente porque eu não sou um desses carentes que se apegam à imagem de “ídolos” como referência da minha personalidade.  Muito menos à imagem do Ronaldo que, além do que fez em campo, nunca disse ou fez alguma coisa que me servisse como inspiração, exemplo, espelho.

Portanto, que faça o que quiser com quem quiser e que influencie quem careça de sua influência.

Que a FIFA, os governos federal, estaduais e municipais, as empreiteiras e grande parte da imprensa fiquem excitados com a presença do Ronaldo no COL – Cômite Organizador Local da Copa de 2014 – e tire bastante dos “holofotes negativos” do Ricardo Teixeira, deveria ser problema só deles.

Mas o que a gente faz quando tem crise de nojo ouvindo um “ídolo do povo”, abusando da inteligência e do senso crítico do…povo? Enfia o dedo na garganta ou toma água com limão?

“Não tenho nada a ganhar – podia jogar tudo que conquistei pela janela. Não tenho nada a ganhar mas resolvi pensar no povo”.

“Eu quero fazer isso pelo povo”.

“Minha idéia é de aproximar, fazer com que o povo brasileiro tenha orgulho”.
“O povo tem que sentir orgulho dessa Copa”.

“Essa Copa no Brasil é um grande orgulho para a gente. Essa Copa não é da Fifa, do Comitê Organizador, da CBF ou do governo. A Copa é do povo.”

Ok! Eu compreendo que a Copa do Mundo de 2014 está carente de bons vendedores, boa propaganda, boas imagens… e não adianta entrar no côro dos “do contra” e só dar enfâse ao “lado” negativo porque isso só tornará tudo ainda pior do que está.

Não adianta mais lamentar; a Copa do Mundo vai acontecer e é melhor explorar, estimular, enfatizar os fatores positivos a fim de que a maioria das pessoas estampem um sorriso no rosto e consumam o produto. Isso fará bem ou, pelo menos, menos mal,  psicologicamente e financeiramente ao país. E eu sei que no Brasil ainda não inventaram método mais eficiente de criar um bom clima do que usar um “ídolo do povo” para dizer que “a Copa é do povo e para o povo”.

Se eu sinto nojo deve ser por algum problema psíquico ou estomacal ou gastrointestinal. Devo procurar ajuda?

O Cruzeiro noutros 4 de Dezembro.

As horas vão passando e fica cada vez mais difícil ignorar a importância do jogo do próximo domingo, 4 de Dezembro.


Estou sofrendo pouco, por enquanto. Afinal, estou educando minhas emoções para o pior desde a derrota para o Santos, ainda na 4° rodada do returno, quando um mau pressentimento tomou conta das minas emoções.

Não sou dado a otimismo e pessimismo mas costumo dar crédito à minha intuição; com a devida moderação, claro. Passei os últimos dois meses respondendo a quem me perguntava o que eu acahava que iria acontecer com o Cruzeiro, “chegou a nossa vez”. Escrevi isso algumas vezes aqui no blog.

Mas…não faltam ótimas frases de efeito, provérbios, ditados e argumentos plausíveis, lúcidos, racionais para se apegar, para acreditar na vitória – ou outra forma de salvação – no domingo.

Basta uma vitória, o que não seria nenhuma mazembada, nenhum maracanazzo, nenhuma sarriada. Possível e nem tão improvável assim, apesar de toda mediocridade apresentada pelo Cruzeiro no returno do Campeonato.

Curioso é que após o jogo contra o Ceará, onde deixamos escapar a permanência na primeira divisão nos últimos minutos, ao invés de me abraçar à certeza do pior que insiste em me “aconselhar” há muito tempo, fui tomado por uma repentina euforia e cheguei a externá-la no facebook: “O galo nunca decepciona um cruzeirense. Nem tudo tem uma primeira vez. ♪Clube Atlético Mineiro, alegria do Cruzeiro♫”.
Está vendo! Por essas e outras não levo tão a sério minha intuição. rsrs

Mas hoje numa tentativa de aliviar a tensão, resolvi me apegar à uma mera curiosidade: quantas vezes o Cruzeiro já jogou num 4 de Dezembro? Sei lá, vai que tem uma coincidência histórica aí a qual eu possa me apegar…

Comecei pesquisando – no Almanaque do Cruzeiro do Henrique Ribeiro – a partir de 1995. E o que encontrei? Três jogos e três derrotas. Poxa, que coisa, hein! Que coincidência desgraçada! Acabei pesquisando nos 90 anos da história do clube. O resultado é esse: Quantos jogos o Cruzeiro disputou num 04 de Dezembro?

1960 – Cruzeiro 2 x 1 América Campeonato Mineiro -  Independência – BH Gols: 2. Rossi (C) Cruzeiro: Josué; Massinha, Benito, Nilsinho, Amauri, Cléver, Nonô, Emerson, Elmo, Rossi e Raimundinho; Téc.: Niginho

1966 – Cruzeiro 1 x 0 América Campeonato Mineiro – Mineirão -BH Gol: Itaci Vilela Cruzeiro: Raul; Pedro Paulo, Vavá, Cláudio, Spencer, Wilson Almeida, Zé Carlos, Marco Antônio (Dalmar), Caixa, Batista e Ílton; Téc.: Airton Moreira

1975 – Cruzeiro 1 x 1 América-RJ Campeonato Brasileiro – Mineirão Gol: Palhinha (C) Cruzeiro: Raul; Nelinho, Moraes, Darci Meneses e Vanderlei; Piazza, Zé Carlos e Eduardo; Roberto Batata, Palhinha e Joãozinho; Téc.: Zezé Moreira

1977 – Flamengo 3 x 1 Cruzeiro Campeonato Brasileiro – Maracanã Gol: Nelinho (C) Cruzeiro: Raul; Nelinho, Zezinho, Darci Meneses e Vanderlei; Flamarion, Erivelton (Lívio), Eduardo; Valdo (Paulo César), Revétria e Joãozinho; Téc.: Aimoré Moreira

1988 – Botafogo 1 x 1 Cruzeiro Campeonato Brasileiro – Caio Martins – RJ Gol: Careca (C) Cruzeiro: Pereira; Dinho, Ademir, Gilmar Francisco e Wladimir; Paulo Isidoro, Heriberto e Careca; Betinho, Hamilton (Róbson) e Édson (Éder); Téc.: Carlos Alberto Silva

1991 – Cruzeiro 2 x 1 Rio Branco Campeonato Mineiro – Estádio JK – Andradas Gols: Macalé e Charles (C) Cruzeiro: Paulo César; Andrade, Paulão (Vanderci), Adilson e Célio Gaúcho; Rogério Lage, Boiadeiro e Macalé; Mário Tilico, Charles e Marquinhos (Ramon); Téc.: Ênio Andrade

1996 – Velez Sarsfield 2 x 0 Cruzeiro Final da Supercopa – José Amalfitani – Buenos Aires Cruzeiro: Dida; Vítor, Gélson, Gílmar e Nonato; Fabinho, Ricardinho, Cleison e Palhinha (Donizete); Paulinho Mclaren e Aílton (Da Silva); Téc.: Levir Culpi

1999 – Vasco 3 x 1 Cruzeiro Torneio Seletivo para Copa Libertadores – São Januário – RJ Gol: Muller (C) Cruzeiro: André; De La Cruz, Marcelo Djian, Cris e André Luiz; Donizewte, Marcos Paulo (Paulo isidoro), Donizete Amorin (Marcelo) e Valdo; Aléx Alves e Muller; Téc.: Paulo Autuori

2005 – Cruzeiro 1 x 3 São Caetano Campeonato Brasileiro – Mineirão – BH Gol: Alecsandro (C) Cruzeiro: Fábio; Jonathan, Moisés, Edu Dracena e Wágner; Maldonado (Diogo), Martinez, Adriano Gabiru (Francismar) e Kelly (Wando); Alecsandro e Diego; Téc.: PC Gusmão

9 jogos, 3 vitórias, 2 empates e 4 derrotas.

Pronto. Já posso procurar outra coisa pra me ocupar e disfarçar a ansiedade.

BMG/Ricardo Guimarães: "O dono do futebol brasileiro".

A última edição da Época Negócios (Novembro/2011) faz uma bela propaganda do BMG e joga ainda mais luzes na reluzente careca de seu presidente, Ricardo Guimarães.Resolvi separar alguns trechos do mimo por tópicos. Confere aí:

Como está o BMG 

“…os Pentagna Guimarães…tudo que vendem é o crédito consignado a servidores públicos municipais, estaduais e federais, além de aposentados e pensionistas do INSS. Esse tipo de operação, que tem baixo risco de inadimplência porque desconta as parcelas devedoras diretamente da folha de pagamento, movimenta hoje no Brasil cerca de R$ 130 bilhões, gerados por pelo menos 60 instituições financeiras. Desse montante, R$ 23 bilhões foram emprestados pelo BMG – 18% do mercado, perdendo apenas para o Banco do Brasil. São números que o levaram ao primeiro lugar no ranking dos 20 bancos mais rentáveis sobre o patrimônio em 2010, segundo o anuário Valor 1000. E que conferem ao BMG perto de 10% de todo crédito à pessoa física gerado hoje no país, independentemente da modalidade.

Quais as perspectivas

Essa maravilha de cenário deve começar a mudar em 2012, impondo ao BMG o desafio de abrir novas fronteiras de atuação – sob pena de ser engolido pela concorrência das grandes instituições bancárias…”Até aqui o BMG foi muito bem sucedido em sua estratégia de atuação no mercado. No entanto, a concentração quase exclusiva de sua atividade no consignado gera pelo menos dois efeitos negativos: o aumento do risco e a perda da oportunidade de fidelização do cliente, que só encontra outros produtos na concorrência”, afirma o ex-diretor do Unibanco Ricardo Mollo. “O consignado continuará sendo nosso principal produto, mas esperamos que a médio prazo represente no máximo 70% dos negócios”, diz Ricardo Guimarães.

O futebol como estratégia

Foi justamente pensando na diversificação de seus produtos que o BMG resolveu, antes de qualquer coisa, vestir a camisa do futebol com o patrocínio do Atlético-MG a partir de Janeiro de 2010. “Lá atrás, isso já era parte da estratégia que hoje está sendo consolidada. A penetração que conseguimos com o consignado nos oferecia a base para crescer. Mas faltava o conhecimento da marca para além do funcionário público e do aposentado. Agora, quando o sujeito vir nosso cartão de crédito, vai dizer ‘as, o BMG eu conheço’, e isso graças ao futebol. São as três letrinhas laranjas, cor essa que todo time quer mudar mas a gente não aceita de jeito nenhum“, diz Ricardo Guimarães. [...]

Maior patrocinador do futebol brasileiro, o BMG estampa o uniforme de 39 clubes, seja em patrocínios de maior envergadura, em que a marca aperece no peito e nas costas, ou nos mais comedidos, em mangas de camisa. A exposição de seu logotipo financia, ainda, três equipes da Superliga masculina de vôlei e duas da feminina; três times de basquete, entre eles o Flamengo; a ginasta Jade Barbosa; o lutador Vitor Belfort e até o apresentador Otávio Mesquita, convertido em piloto da Copa Mercedes…O investimento na chancela esportiva chega a a R$ 60 milhões anuais, mais de 90% de tudo que o banco destina ao marketing.”

Resultados do marketing

 Uma série de pesquisas da consultoria independente Sport+Markt, que monitora estratégias de investimento no marketing esportivo em todo o mundo, dá conta da eficiência do modelo de patrocínio pulverizado adotado pelo BMG. Em julho de 2009, o banco aparecia em 92° lugar num ranking de marcas associadas espontaneamente ao futebol brasileiro. Em março deste ano, chegou à 4° posição, superando tradicionais investidores do esporte como Adidas, Brahma, Skol, Coca-Cola, Fiat e Batavo. [As três primeiras colocadas na pesquisa foram Itaú, Nike e Bradesco].

Soccer BR1

Com um pé no futebol, por que não os dois? Em meados do ano passado, os sócios do BMG criaram o fundo de investimento SOccer BR1, para operar a compra e venda de jogadores.  O BMG é cotista único do fundo, no qual investiu até agora perto de R$ 50 milhões. Não é dono sozinho do direito econômico de nenhum dos 60 jogadores que possui – seu modelo de negócios privilegia as participações, nunca superiores a 50%. Dessa forma, garante o interesse de outros sócios na venda do atleta, incluindo prioritariamente o clube onde ele atua. “Não adianta investir 100%, porque na hora de vender o cartola diz ‘Poxa, vou criar um desgaste com a torcida e não vou levar nada?’ Aí, faz de tudo para barrar a negociação”, afirma Ricardo Guimarães.

[...]

Segundo Guimarães, o fundo tem “60% de atletas reconhecíveis por alguém que entende de futebol e 40% de jovens apostas”. Até agora, o banco já negociou 13 jogadores, com retorno médio 60% superior ao valor pago na compra. Do Cruzeiro, o BMG vendeu GIl e Henrique. Do Corinthians, Dentinho e Elias. “É mais ou menos como ação em bolsa de valores. Se um jogador aumenta o valor e você não realiza, pode perder a oportunidade”.

Segunda divisão com o Atlético-MG

“Quando o time caiu, a torcida foi para a porta do meu prédio exigindo que eu saísse. Recebi ameaças e telefonemas anônimos. Fizeram passeatas no centro e o meu enterro simbólico. São coisas desagradáveis”, diz Ricardo Guimarães.

Mensalão

Ricardo Guimarães chegou à presidência do banco em 2005, quando presidia o Atlético-MG. Não chegou em boa hora – no mesmo ano, o escândalo do mensalão acabaria por envolver o banco, que havia feito um empréstimo de R$ 10 milhões para Cristiano Paz e Marcos Valério, sócios da agência de propaganda SMP&B.  “Eu mesmo, pessoalmente, validei o empréstimo, que era absolutamente normal e tinha todas as garantias. Mandei emprestar o dinheiro e o que mais quisessem“, afirma Flávio Guimarães [pai do Ricardo]. Os sócios do BMG não estão entre os 38 réus que serão julgados pelo STF. O BMG, no entanto, continua sendo chamado de “o banco do Mensalão”.