24 de out. de 2012

Salve Jorge! E os evangélicos da ignorância, quem salvará?

"...QUEM NÃO TEM SENSO CRÍTICO PRA ASSISTIR UMA NOVELA SEM SE DEIXAR INFLUENCIAR PELO "MAU" NÃO DEVERIA NEM PODER IR AO BANHEIRO SOZINHO/A."

Sobre o NÃO a “SALVE JORGE!” aconselhado aos evangélicos pelos arqui-rivais S.MALAFAIA e E.MACEDO

Antes e acima do genuíno, nobre e perigoso exercício de suas missões (pastorear, orientar suas ovelhas) Malafaia e Macedo me parece estarem empenhados, mesmo, é em aproveitar a onda favorável para darem prosseguimento em seus projetos(não necessariamente pessoais) através do ativismo político-social. (Quando digo “onda favorável” me refiro, especialmente, à demonstração de capacidade de influência de Macedo e sua IURD no processo eleitoral em São Paulo, quando transformou o insignificante Russomano num grande fantasma e à já mais estabelecida capacidade de influência de Malafaia, também, no cenário político, desde a última eleição presidencial, reanimada agora nos embates sobre o "kit gay" com Fernando Haddad.)

Visibilidade! Uma campanha contra a nova novela “das 8” logo depois do grande sucesso “Avenida Brasil”. Se a dupla Malafaia e Macedo tivessem, realmente, interesse em “abrir os olhos” de suas ovelhas contra o que há de inconveniente ou ilícito (ver I Coríntios 6:12) nas novelas da Globo porque não fizeram e/ou não fazem em relação às outras? Ou não havia/há nas outras “riscos” para o desprovido de senso crítico evangélico que pretende e “deve” fugir da “aparência do mau”? Certo é que as maldades da Carminha e as 3 mulheres do Cadinho não provocaram nenhuma reação da dupla M&M.

Mas “SALVE JORGE!” não deve, não pode! Basicamente porque “esta – Salve Jorge! - é a forma de saudação a este orixá que também é conhecido como ogum no candomblé e na umbanda. Ou seja, toda vez que alguém pronunciar o nome dessa novela, estará saudando esse demônio”.

Bobagem! Nem todos que pronunciam os nomes “Jesus” e “Deus” os saúdam. Muitos, inclusive evangélicos, pronunciam Seus nomes em vão, como mero vício de linguagem.
Isso não significa que eu acho que todos os evangélicos podem assistir à novela. NÃO! EU ACHO QUE QUEM NÃO TEM SENSO CRÍTICO PRA ASSISTIR A UMA NOVELA SEM SE DEIXAR INFLUENCIAR PELO "MAU" NÃO DEVERIA NEM PODER IR AO BANHEIRO SOZINHO/A.

Sem querer, por enquanto, me estender mais, eu, evangelicamente, cristianamente e despretensiosamente ouso um conselho: NÃO ASSISTAM, MESMO, À NOVELA! Mas por 1001 outros motivos.

20 de jun. de 2012

Rio +20. Pelo fim da sustentabilidade.

O único resultado objetivo da Rio92 foi a escolha do termo que difundiria o conceito do novo mundo que se pretendia: SUSTENTABILIDADE (e seus derivados). Vinte anos depois, além da grana arrecadada por ongueiros e do encontro de "uma causa ...que justifique a vida" por parte dos novos ativistas, pouca coisa mudou. E esse "passo de formiga e sem vontade" se deve muito à esse termo.
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Sustentabilidade, em qualquer idioma (sustainability, sostenibilidad, sustenibilità e até com o biquinho de soutenabilité),é um termo ruim, uma imagem embassada, uma idéia sem brilho, um conceito que exige dicionário. As pessoas mais influentes do mundo pós-moderno, os publicitários (os bons e os medianos), e os curiosos em psicolinguística me entenderiam.
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Portanto, o maior desafio dessa Rio +20 deveria ser a escolha de um novo termo para propagar esse tal "novo mundo que queremos". Ninguém quer um mundo sustentável, uma economia sustentável, apesar de querer o que "sustentável" siginifica.
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Depois da elaboração daquele rascunho zero, onde evitaram, inclusive, definir o que é "economia verde", não vejo pauta mais útil para salvar do fiasco total essa protocolar Rio +20.

5 de jun. de 2012

Ronaldinho Gaúcho, Atlétco-MG e outras miudezas.


Alguns jogadores são maiores que os clubes pelos quais atuam. 

Ronaldinho Gaúcho e Atlético-MG será mais um caso dessa...digamos...ordem de grandeza.

Miudezas a parte...estou com mal pressentimento. 

Uma hora o Atlético-MG deixa de ser só piada.

Será que agora vai?

3 de jun. de 2012

A VEJA continua...foda!

Dentre tantos serviços prestados à sociedade brasileira, especialmente nos últimos 2 anos, a fodona insiste em cultivar a antipatia, quando não o ódio, dos pulhas fiéis ao idiota, doentio, desprovido de senso crítico processo (num estágio avançado e irreversível, eu sei) de mitificação do reconhecível Luis Inácio eunãoseidenada Lula da Silva. Mas mais importante e mais nobre: ser a única voz alta da sociedade contra a tentativa de ou evitar ou adiar ou desmoralizar o julgamento, pelo STF, do Mensalão, aquele esquema muito mais sofisticado do que o que provocou o impeachment do Collor.

À Veja, saúde!!! Rá!!!

20 de abr. de 2012

O menino negro, pobre e descalço voltou a dormir na capa do jornal. Eu não.

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Estou há duas semanas sem dormir. Ou menos pior: estou há duas semanas sem dormir satisfatoriamente. Dá pra contar nos dedos das duas mãos a quantidade de horas que eu consegui fazer valer o que eu tanto faço questão em "Amor de Índio" do Beto Guedes: "Lembra que o sono é sagrado e alimenta de horizontes o azul pintado de viver".

Está difícil dormir. Principalmente, quando leio jornais. Não que as notícias me tirem o sono ou me fazem ter pesadelos; é falta de tempo, mesmo. Trabalho durante a madrugada e tento dormir pela manhã, quando é a hora de ler jornais.
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Depois de tantos métodos frustrados pra pegar no sono, hoje eu resolvi me apegar à imagem de uma criança dormindo na capa do jornal. Uma criança suja, descalça e com frio.

Que imagem é essa!!! Exclamação! Há muito tempo não via uma imagem como essa num jornal . Imagem de criança suja, descalça, enrolada na própria camisa, dormindo na rua - ou em frente a um painel onde se lê "Brasil"  só no tempo que eu dormia 8 horas por dia. Ou melhor: 8 horas por noite.

Há muito tempo, os jornais não sabiam e, por isso, não nos fazia saber que crianças dormem nas ruas e em frente a painéis onde se lê "Brasil". Na 6° maior economia do mundo, sede da Copa e dos Jogos Olímpicos, dos PACs e dos empaques, os jornais não mais expõem essa imagem. Nem informam com a devida objetividade idiota. Não interessa a ninguém. Talvez, a assessor de candidato de oposição.

Por isso, a capa do "Hoje em Dia" tirou meu sono hoje pela manhã. Uma criança dormindo em frente a uma agência do Banco Brasil (informa a legenda da foto) enquanto a manchete e a chamada anunciam matéria sobre a redução das taxas de juros (Selic e Banco do Brasil).

"Que provocação é essa!" Hoje é Dia da criança de rua? Dia da criança que dorme em frente a um painel onde se lê Brasil? Dia da fotografia fora de contexto? Ou seria uma homenagem póstuma ao fotógrafo Naldo Cavalcante?

Não resisti. Liguei no jornal, depto. de Fotografia. O responsável ficou incomodado quando eu perguntei "que provocação é essa"? Surpreso, ele buscou, buscou uma explicação...até arriscou uma palavra bonita: "plasticidade" mas pareceia que ia se perder quando eu justiquei minha pergunta: "Calma, cara! Falei em provocação com a melhor das intenções possíveis". E emendei, pra ajudar: "Só leio o que me provoca". 

A resposta, então, ficou cômoda: "É isso. A intenção é essa provocar." 

Entendi e fiquei aqui me perguntando, sem nenhuma profundidade, nenhum compromisso, só pra tentar pegar no sono: "Será que imagens de crianças negras, descalças, como se estivessem sentindo muito frio, dormindo na rua ou em frente a painéis onde se lê "Brasil" ainda vende jornal no Brasil?" Poxa! No tempo em que eu dormia 8 horas por noite, vendia. Quem sabe, as coisas voltam a ser como antes. As vendas de jornal e meu sono.

28 de fev. de 2012

Manhãs de Fevereiro.

As manhãs de Fevereiro, em Belo Horizonte, têm sido de uma beleza constrangedora. Ninguém, por pura e doída vergonha, ousa dizer que está com preguiça, com depressão ou mau humor. Pra desespero dos infelizes, esse ano é bissexto.

3 de fev. de 2012

"A nível de" Vanderlei Luxemburgo.

O metido a disciplinador Vanderlei Luxemburgo perdeu a queda de braço com os baladeiros do Flamengo. Acabou não contando com o apoio da presidenta Patrícia Amorim que, realmente, não tinha moral nenhuma pra cobrar postura mais responsável de jogadores que não recebem salários e/ou direitos de imagem.

O interrompimento de mais um proxeto na carreira do Luxa, mais uma vez, deixou eufórica a thurminha da imprensa esportiva que se dói com o Juca Kfouri, que não vai à estádio de futebol mas costuma se encontrar com o treinador em tribunais.
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Se até ontem Luxa colecionava desafetos entre jornalistas, cartolas, jogadores de futebol e de baralho, a partir de hoje ele será muito malquisto entre os guardiões da língua portuguesa.

Hoje, durante entrevista coletiva para dar suas versões sobre os ocorridos no Flamengo, Luxemburgo usou e abusou  do termo "a nível de". E se tem um termo que deixa os guardiões da língua portuguesa arrepiados é o tal "a nível de".

Desde 2004 sem conquistar um grande título, Luxa está cada vez mais desmoralizado. Desses últimos 7 anos, só não podem acusá-lo de duas coisas: de ser responsável pelo péssimo Campeonato Brasileiro do Atlético-MG em 2010, já que lá não tem treinador, nem jogador que dê jeito e de ser pior administrador de padarias que o pior cartola da história do futebol brasileiro, o teórico, Luiz Gonzaga Belluzzo.

1 de fev. de 2012

Pelo Dia do Publicitário.

Gostaria de mandar para a casa do carvalho, ou lugar pior, todo publicitário que utiliza imagens de crianças em propagandas de bancos.

Ok! Eu compreendo que é função do publicitário dimunir a resistência do consumidor ante qualquer marca ou produto.

Mas imagens de criança, também, mas não só, em propagandas de bancos é assinatura de apelação. Pura filhadaputagem!

31 de jan. de 2012

Cruzeiro, Montillo, Corinthians, a carta e o amor ou o contrato.

Continuar num clube recebendo bem menos do que a proposta recebida de outro clube, não deve ser fácil de assimilar. 

Como se não bastasse menos dinheiro, o sujeito ainda é obrigado a conviver com demagogias e sentimentalismos imbecis.


Pior ainda é quando o time é muito mais ruim que o outro que você poderia jogar.

Muito pior é quando você joga num clube que atrasa salários.

Mas ainda pode ser pior: é quando você recebe menos, tem que conviver com demagogias e sentimentalismos imbecis, joga num time muito pior, tem os salários atrasados e os jogadores escrevem carta reclamando do presidente e entregam via imprensa.

Alguém sabe me dizer por que esse argentino ainda não foi para o Corinthians?

30 de jan. de 2012

Toca a bola de Segunda, pô!

Os jogos começam no final de semana e continuam durante as segundas-feiras no ônibus, no táxi, no escritório, na refeitório, na sala de aula, nos programas esportivos e aqui no Bleu and Blue é Azul.

Lambendo as feridas. Ainda machucada com a goleada de 6 x 1 sofrida para o Cruzeiro no último jogo de 2011, a torcida do Atlético-MG vaiou o time antes de começar o primeiro jogo de 2012. E durante o jogo, também.

Montillo no Corinthians? Não é só conversa fiada pra vender jornal. Depois dos dois jogos amistosos do Cruzeiro, contra América e Mamoré, Montillo já não se apega só ao fator financeiro pra decidir seu futuro. Ele está, realmente, apavorado com a ruindade do time que vai ter que carregar nas costas, caso continue no Cruzeiro.

Corinthians ajudado pela arbitragem. O último campeão brasileiro derrotou o pobre Linense por 1 x 0 graças a um gol absurdamente anulado pelo soprador de latinha, Marcelo Rogério. Mas ontem foi por uma boa causa. No intervalo do jogo, uma apaixonada pediu o namorado em casamento pelo alto-falante do Pacaembu. A paixão dos dois, o Timão, não podia deixar de vencer ontem. Tomara que pedidos de casamento em jogos do Corinthians não vire moda!

Kaká com a fé inabalável. Na vitória de 3 x 1 do Real Madri sobre o Zaragoza neste domingo, Kaká foi titular pela segunda vez consecutiva, marcou o primeiro gol e deu o passe para o terceiro. O brasileiro que nunca disfarçou que se dar bem, fazer história no Real Madri é seu grande sonho na carreira, desde os tempos de juvenil, saiu de campo mais autoconfiante do que nunca nesses 2 anos e meio que está no clube. Será que chegou a hora de contar a benção?

29 de jan. de 2012

Djokovic x Nadal. Um jogo de tênis nunca é eterno.


Djokovic e Nadal passaram 5 horas e 53 minutos deste domingo justificando a existência do esporte e explicando mais um pouquinho porque ele, o esporte, é uma das maiores e melhores invenções da humanidade.

O jogo do esporte que não cabe na grade da TV comercial, foi trending topic nas redes sociais, atualmente a melhor referência de que o evento foi um sucesso de audiência.

Pra sorte dos dois, o jogo entra para a história como a final mais longa de um Grand Slam; um detalhe que pode servir para que todo o esforço de hoje seja lembrado por alguém amanhã.

Agora já são 17:50, quase 5 horas depois do jogo, e já existe um vácuo de grande evento esportivo.

Um jogo de tênis nunca é eterno. Nem o mais longo da história.

Não tem ninguém pedindo pra rever aquele último ponto, nenhum programa esportivo está passando aquela edição com os "melhores momentos". Menos na Sérvia, claro, onde, também,  cultivam ídolos.

Quando é o próximo Grand Slam? Quando é o próximo Djokovic x Nadal?

27 de jan. de 2012

2012, mais um ano de fins de mundos.

25 de janeiro, quarta-feira, aproximadamente 20:30 horas, Rio de Janeiro, Avenida Treze de Maio, coração da cidade...outros mundos chegaram ao fim.

"Eu estava com ela no MSN, aí caiu. Liguei, ninguém atendia, não consegui mais falar. Ela não tinha saído, ela não se despediu, não falou nada. Estou desesperado". (Vítor, esposo de uma das mortas)
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"O celular está desligado, ele só sai as 21h. Na hora que o prédio desabou ele estava lá dentro". (Evérton, filho de uma das mortas)

"Acharam um corpo com um aparelho celular do meu pai no bolso". (Cornélio, filho de um dos mortos)

"A última vez que falei com ela foi as 20h e depois ela não atendeu mais o celular". (Flaviano, esposo de uma das mortas)

"Filho maravilhoso, criei sempre com o maior amor. Sei lá, não sei viver sem ele. Ele casou agora, há um mês, mas mesmo assim ligava pra mim todo dia". (Sueli, mãe de um dos mortos)

25 de jan. de 2012

Barcelona 2 x 2 Real Madrid. Uma sessãosinha no divã?

Em quase 4 anos, agora são 14 jogos com 9 vitórias do Barcelona, 3 empates e 1 vitória do Real Madrid (vitória conquistada apenas na prorrogação).
O orgulho madrileno está arrasado há muito tempo. Mais do que os resultados, o Barcelona impõe nos últimos anos uma verdadeira série de humilhações ao Real Madrid.

Mas o jogo de hoje teve 2 tempos. Coisa que nem sempre acontece.

Dá pra dizer, sem medo de ser feliz, que o Real Madrid fnão foi pior em nenhum dos dois. No primeiro tempo, teve chance de abrir, pelo menos, dois 2 x 0. Teve o que alguns gostam de chamar de volume de jogo (muito mais do que em qualquer outro jogo nos últimos anos), evitou aquele irritante toque de bola do Barcelona em sua intermediária e correu pouquissimos riscos de sofrer gols.

Era primeiro tempo pra levar muita gente pra sessão de análise. Afinal, por que cargas d'água, o Real Madrid conseguiu jogar daquele jeito contra o Barcelona? Seria uma enxurrada de teorias já nos poucos minutos de intervalo.

Seria, porque em 4 minutos Pedro e Daniel Alves fizeram 2 x 0 para o Barcelona e fez o mundo inteiro se aquietar com a sensação de estar tudo no seu devido lugar.

O segundo tempo, todos sabiam que seria de massacre, mesmo que não virasse goleada. O melhor time de todos os tempos tocaria, tocaria, tocaria...e o Real Madrid teria mais uma noite de vexame.
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Mas diria aquele zé clichê: "o futebol é bom por causa dessas coisas". O Real Madrid fez o improvável: empatou o jogo, com Cristiano Ronaldo, aos 22, e Benzema, aos 26, e fez os culés sofrerem o medo de serem eliminados em pleno Camp Nou.
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Nos últimos minutos, o Barcelona esteve muito mais próximo do gol da vitória do que o esforçado Real Madrid. Messi foi menos preciso do que de costume.

O grande time de Jose Mourinho, Cristiano Ronaldo, Kaká e companhia saiu de campo com a sensação de "enfim, conseguimos jogar, enfim, conseguimos fazer um jogo decente contra eles".

Poderiam até ter vencido, o que é muito, mas muito, mesmo, pra qualquer time do mundo. O madrileno Marca fez questão de...digamos... valorizar a classificação do Barça, exaltando a atuação do Real:


Depois de um jogo desse, o que não vai faltar é especialista levando o futebol ao divã. "Afinal, dá ou não dá pra encarar o Barcelona?" O melhor time de todos os tempos tem bagunçado com a cabeça de muita gente há muito tempo. E empatar com o Real Madrid, atualmente, o segundo melhor time do mundo, é, sim, motivo pra mandar todo mundo rever conceitos. Só não vale dizer que o Santos deveria ter tido mais coragem naquela final do Mundial Interclubes. Aì, é sacanagem.

22 de jan. de 2012

Criiiiise no Cruzeiro. Fora, Vágner Mancini!

"Foi só o primeiro jogo do ano". "Falta ritmo de jogo". "O time ainda está desentrosado". "Ainda falta condicionamento físico".

Quais são as outras mesmices que se diz e que se ouve depois do primeiro amistoso do ano?

Não interessa. Vamos direto ao fígado.

A primeira impressão deixada pelo Cruzeiro, hoje, não foi boa. Poderia ser pior. Por exemplo, se o presidente do clube ainda fosse o Zezé Perrella. O Montillo já teria estreado pelo Corinthians e hoje não teria sofrido o pênalti no primeiro gol nem recuperado a bola e dado o passe no segundo gol.

Do Rafael não dava, como não dá, mesmo, pra esperar coisa melhor. Ele é o famoso "chama-gol". Fraquinho. Coisa que tem provado desde a primeira vez que jogou no time profissional. E nem adianta lembrar que foi goleiro de Seleção de base. Como sempre diz a manicure, base é base, o resto é responsabilidade. Parece que o Gabriel, que ainda precisa ser testado, está indo pro Tottenham. O Cruzeiro precisa, logo, contratar um goleiro pra reserva do Fábio.

Do Diego Renan dava pra esperar coisa pior. Era só o América ter forçado mais jogadas pelo seu setor que todo mundo sabe no que daria, não é? 

O Leandro Guerreiro continua lento, com pouca mobilidade e de saída de bola ruim. Em relação ao ano passado piorou: cortou o cabelo e agora é ainda menos notado durante o jogo.

Boas impressões deixaram os estreantes Diego Arias e Marcelo Oliveira. Acabaram prejudicados pelo pior do jogo, o Vágner Mancini.

O colombiano ele tirou no intervalo. Além de equivocado, foi azarado pois o substituto, Rudnei, saiu, contundido, logo depois. O Marcelo Oliveira que era o mais lúcido do time, foi deslocado para a lateral-esquera para dar asas ao já conhecido e reconhecido Éverton.

Mas, claro, que o Vágner Manici não foi o pior do jogo só por isso. Foi, também, por, mais uma vez, ignorar o meia Élber. #CADÊOÉLBERVÁGNERMANCINI?

Foi o pior do jogo, também, por não transmitir nenhuma confiança em suas declarações antes, durante e depois dos jogos. Não só o jogo de hoje. Mas de toda sua carreira.

Álias, esse, também, é um dos motivos pelos quais o Vágner Mancini foi eleito o pior do jogo de hoje. Sim, pela carreira dele. É fraquinho. Era a cara do rebaixamento do ano passado. O Cruzeiro não caiu porque...o América venceu o Atlético-PR e o adversário na última rodada foi o predestinado rival.

Mas que coisa, hein?! "Foi só o primeiro jogo do ano" e eu aqui já pedindo a demissão do treinador?

Coisa de torcedor idiota, mesmo, não é não?

Talvez. No último post sobre o Cruzeiro eu escrevi assim: "Não sei o que o Vágner Mancini pode fazer com o elenco que tem à disposição. Não saberia nem se fosse o Pep Guardiola ou o Jose Mourinho. O que está claro é que terá uma excelente oportunidade pra provar  sua capacidade. Naquela linha: quanto maior o desafio, maior a oportunidade".

 48 horas depois eu já aposto que ele não vai fazer nada ou, no máximo, muito pouco. Mas eu não quero me esquecer que "foi só o primeiro jogo do ano" e que eu já estava com saudade de ver o Cruzeiro jogar e de culpar alguém por uma derrota.

21 de jan. de 2012

Na Síria, se matam. A ONU cuida das estatísticas.

Os sírios continuam se matando e rendendo desapercebidas manchetes para a apreciação da comunidade internacional. A ONU, essa extrovenga, até já inventou um relatório, lembram?, que tinha até a assinatura de um brasileiro, publicado há 2 meses. Naquela época, segundo o dito cujo, já eram mais de 4000 mortos, sendo 307 crianças. 
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De vez em quando, até aparece alguém dizendo que a ONU, essa extrovenga, está analisando uma possível intervenção militar no país. Mas, aí, logo aparece um pedaço da ONU, a Rússia, dizendo que não admite tal medida.
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Até agora, enquanto os sírios se matam e rendem manchetes desapercebidas para a comunidade internacional, o único papel que não se questiona é o da ONU, essa extrovenga: cuidar das estatísticas.

Nova onda de violência deixa ao menos 61 mortos na Síria
(21/01/2012)
da Agência EFE

Ao menos 61 pessoas morreram neste sábado após uma nova onda de violência na Síria, sendo que a maioria foi registrada na província de Idlib, denunciaram os opositores Comitês de Coordenação Local. 

Além dos 30 corpos sem identificação que foram encontrados neste sábado no hospital nacional de Idlib, 15 pessoas morreram por causa de uma explosão de um ônibus, o qual transferia presos para essa mesma província, detalhou a fonte. 

Ainda neste sábado, os opositores registraram mais três mortes na província de Homs, duas nos arredores de Damasco e uma em Dir al Zur, próxima à fronteira com o Iraque. 

Em relação ao atentado contra o ônibus de presos, a agência oficial de notícias Sana reduziu o número de mortos para 14 e detalhou que outras 26 detidos ficaram feridos, assim como seis policiais. 

As autoridades sírias responsabilizaram o ataque do ônibus a um "grupo terrorista" indeterminado, enquanto a agência oficial Sana assegurou que os responsáveis também dispararam contra as ambulâncias que foram ao local para socorrer os feridos. 

A agência Sana também informou que agentes de Seguranças enfrentaram supostos terroristas que tentavam se infiltrar no país pela fronteira com o Líbano. O fato, que foi registrado na localidade de Talkalaj, em Homs, terminou com a morte de três terroristas. 

Uma fonte do Exército Livre Sírio (ELS), por sua vez, indicou à agência Efe que um grupo de desertores matou a sete soldados sírios em Maarat Al Nuaman, uma zona de Idlib próxima à fronteira com a Turquia.
Devido às restrições impostas pelas autoridades sírias aos jornalistas, nenhuma destas informações pôde ser verificada de forma independente. 

Segundo números da ONU, mais de 5 mil pessoas já morreram na Síria pela repressão governamental desde março de 2011, quando começaram os protestos civis contra o governo de Bashar Al Assad, os quais são reprimidos a sangue e fogo.

20 de jan. de 2012

Cruzeiro 2012: Todo grande time começa por um... grande presidente.

O Cruzeiro abre a temporada do futebol mineiro neste próximo domingo, 22, num amistoso contra o América no belo Parque do Sabiá, em Uberlândia.

"É só o primeiro jogo da temporada", dirão todos após o jogo, pra justificar qualquer coisa, independentemente do resultado e do desempenho coletivo e individual.

E, realmente, o primeiro amistoso da temporada é só o primeiro jogo amistoso da temporada. 

Ano passado, por exemplo, nem os 7 primeiros jogos na Libertadores foram suficientes para se fazer um diagnóstico preciso do time, imagine o primeiro amistoso da temporada!

O Cruzeiro inicia 2012 vindo de uma das temporadas mais dramáticas de sua história. De "Barcelona das Américas" eliminado da Libertadores, dentro de casa, por um Once Caldas, passando por mais uma conquista de Campeonato Mineiro, lutando contra o rebaixamento até a última rodada do Campeonato Brasileiro. Uma temporada encerrada, simplesmente, com um 6 x 1 sobre o sofrido rival.
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Mas de 2011, o que está servindo de referência para o Cruzeiro em 2012?

Nove jogadores contratados, por enquanto. Isso explica muita coisa. Baseado nessa evidência  uma das respostas mais plausíveis para a pergunta anterior é: o time/elenco precisava de uma considerável reformulação.

Marcos (lateral-direito), Mateus e Thiago Carvalho (zagueiros), Gilson (lateral-esquerdo), Amaral, Diego Arias, Rudnei e Marcelo Oliveira (meiocampistas) e Walter (atacante).

Estrelas? Só as 5 do escudo. Nove jogadores questionáveis. Na média do que é a realidade do empobrecido futebol brasileiro. Inquestionáveis, tem uma meia dúzia por aí. O resto é aposta. 

Apostas que podem propiciar surpreendentes resultados. Isso depende de alguns fatores, entre eles, a competência do treinador.

Álias, desde 2007, quando o Paulo Autuori foi substituído pelo Dorival Jr., os bons desempenhos do Cruzeiro em competições se deveu muito, mas muito, mesmo, à competência do treinador. Dorival Jr., que reformulou um time arrebentado e classificou o Cruzeiro pra Libertadores e Adilson Batista, finalista da Libertadores 2009, foram, claro, os principais.

Não sei o que o Vágner Mancini pode fazer com o elenco que tem à disposição. Não saberia nem se fosse o Pep Guardiola ou o Jose Mourinho. O que está claro é que terá uma excelente oportunidade pra provar  sua capacidade. Naquela linha: quanto maior o desafio, maior a oportunidade.

Mas nem tudo são pedras a dar leite no caminho do coach cruzeirense. Seu trabalho será muito facilitado com a permanência de um dos pouquissimos jogadores diferenciados do futebol brasileiro.

Montillo, por enquanto, fica apesar de todo assédio financeiro, principalmente, ao jogador mas, também, ao clube. Tudo indica que o Cruzeiro não está em sua, digamos, melhor fase financeira. 

10 ou 8 milhões de euros para um clube que não recebe as maiores cotas de TV, que não recebe os maiores patrocínios de empresas privadas nem dinheiro de estatal como outros clubes por aí, nem tem 100 mil sócios como os gaúchos, ah...faz muita diferença nesse momento de hiperinflação dos salários de jogadores, inclusive os cabeças-de-bagre.

E é aí que eu justifico o título do post.

Se o presidente do clube ainda fosse o Zezé Perrela, Montillo já teria estreiado pelo Corinthians. E Zezé teria justificado a negociação com as mesmas frases que ele decorou e repetiu nos últimos anos. Frases e argumentos plausíveis, sim, porém, carregadas de conformismo. Há muitos anos, Zezé não tinha mais a mesma ambição, o mesmo ímpeto que o levou a ser considerado, com justiça, um excelente cartola. Prestou impagáveis serviços ao clube mas não tinha mais a chama acesa.

Gilvan de Pinho Tavares assumiu com enorme desconfiança. Seria o continuismo do que teve de pior na era Perrela? 

Nem que seja apenas para provar que não, a postura, pelo menos em público, do novo presidente do Cruzeiro é diferente daquele conformismo de seu antecessor.

Manter o Montillo no Cruzeiro até agora é, antes de qualquer coisa, uma postura de quem não se acomoda com a tal "realidade", com a tal "disparidade financeira" em relação a alguns clubes de Rio e de São Paulo, como vivia repetindo o ex-presidente e seus papagaios.

As contratações pra 2012, realmente, são modestas, apesar de não estarem aquém da média do futebol brasileiro. Mas tudo indica que as coisas estariam muito pior com o ex-presidente que não teria contratado melhor e já teria vendido o Montillo.

19 de jan. de 2012

Elis Regina em: 1982... Há 30 anos. Ah, 30 anos!

Elis Regina teria se matado, aos 36 anos. Aos poucos, ela foi sendo enterrada. Muita coisa aconteceu nesses últimos 30 anos. Hoje ela está vivíssima.


Essa é a capa da edição de 27 de janeiro de 1982 da Veja com a histórica reportagem sobre a morte da cantora intitulada "O amargo brilho do pó". No dia 27, oito dias depois do fim, o choque e as lágrimas dos menos sensíveis já haviam dado lugar ao início de um julgamento moral.

Elis não morreu de "causa natural", como já havia sido divulgado na noite daquele 19 de janeiro. O laudo médico atestou que a causa da morte foi overdose por mistura de cocaína e álcool. 

Como o diretor do IML na época era o famoso legista Harry Shibata, com muitos serviços prestados ao regime militar, criaram uma guerra pela honra ou desonra do nome de Elis. Chegaram a acusar o legista de vingança contra o último namorado de Elis, Mac Dowell, que foi um dos advogados envolvidos na condenação da União pela morte do jornalista Vladimir Herzog (Herzog foi morto pelos militares mas o laudo de Harry Shibata o deu como suicida).

Elis era ou não era usuária de drogas? Usava tanto a ponto de provocar a própria morte?  E se causou, foi acidental ou proposital? Se foi proposital, porque resolveu se matar?

Muitos sentenciaram. Além da memória dela, os filhos foram os que mais sofreram. Numa entrevista publicada no último sábado, 14,  no Estadão, Pedro Mariano tocou no assunto:

Quando você descobriu o tamano da Elis Regina? Infelizmente quando ela morreu. Acordei no dia seguinte e fui para a escola, o Pueri Domus. E me vi dando entrevista coletiva com 6 anos de idade. Ouvia todo tipo de pergunta, chamaram minha mão de um monte de coisas e eu matando tudo no peito. Aprendi muito com o meu pai a lidar com isso. Ele perguntou se eu tinha certeza de que queria ir para a escola, e avisou: "Vai acontecer isso, isso e isso". E eu: "quero voltar pra escola". Me meti em muita briga por causa disso. Muitos anos depois eu ainda tinha pouca tolerãncia com o assunto. Eu entrava na classe e minha professora olhava pra mim e começava a chorar. Até então era a dona Elis, minha mãe. No dia seguinte à morte, virei o filho da Elis Regina e comecei a ver o tamanho da encrenca, muitas vezes virei um bibelô nas mãos de pessoas maldosas. Aí comecei a criar meus dispositivos de segurança para me proteger das maldades".

E o que não acontece em 30 anos, não é? Hoje quando se fala na morte de Elis Regina, praticamente ninguém toca no assunto: se foi cocaína e álcool, acidental ou suicídio é ignorado. Sobreviveu a artista. E sobreviveu maior do que era. Um passeio por jornais e revistas da época, constata-se que ela era, sim, respeitadissima e admiradissima pelo público e por outros artistas mas, também, bastante questionada. Era tida por muitos críticos como muito técnica e pouco emotiva. Hoje, ninguém cogita discutir isso.Até porque, Elis foi eternizada como a melhor cantora brasileira de todos os tempos.

1982... Há 30 anos. Ah, 30 anos!

17 de jan. de 2012

Real Madri 1 x 2 Barcelona. Deve ser falta de coragem.

"Real Madri x Barcelona de hoje não será transmitido pela ESPN, muito menos pela Globo ou pela Band ou pela Record ou pela RedeTV. Uma pena para o torcedor brasileiro que gosta de Futebol e gosta de ficar antenado com o que acontece mundo afora. Não assistem aos jogos do Barcelona e depois são obrigados a conviver com uma grande parcela da nossa imprensa esportiva, mal informada e/ou mau intencionada, cobrando postura mais corajosa de um pobre Santos, ou de outro pobre time qualquer, num confronto direto com o melhor time de todos os tempos".

Essa é uma provocaçãozinha que eu postei no facebook à tarde. Confesso que ainda convivo com a lembrança da repercussão do jogo entre Barcelona e Santos, quando vários especialistas cobraram uma postura mais corajosa do pobre Santos, como se nunca tivessem assistido jogos do time catalão. Muitos
 se mostraram ou se fingiram surpresos com a superioridade do time espanhol e passaram alguns dias com o futebol brasileiro no divã.

Mas... nada que mereça maior atenção. Já comemoramos o Natal, já saudamos o ano do fim do mundo, já lamentamos as tragédias causadas pelas chuvas e pelo descaso do Estado e já comentamos o BBB. Ou seja, o que aconteceu naquela final interessa muito pouco.

Hoje o Barcelona voltou a jogar um jogo que compensasse maior atenção. Afinal, contra o seu gigante rival, castigado, com orgulho ferido, Real Madri.

Sobre o jogo não há muito de novidade pra dizer. O melhor time de todos os tempos, foi, de novo, muito melhor que um pobre adversário seu. E nem precisa dar destaque ao fato de que o jogo foi no Santiago Bernabeu, como se estádio ganhasse jogo.

Mais uma vez o pobre Real Madri jogou como se fosse o jogo mais importante da história gloriosissima do clube. Todos os jogadores deram o seu melhor e o pior de si mesmos, principalmente o Pepe que, mais uma vez, fez de tudo pra ser mandado pra um Tribunal onde ele deveria ser condenado à prisão perpétua, desde que a lei não permitisse pena de morte.

Jose Mourinho, pobre!, tentou, fez alguma coisa diferente...Altintop na lateral direita, Coentrão na esquerda, L.Diarra, Pepe e Xabi Alonso à frente da linha da defsa...Mas não tem esquema tático, não tem jogadores capazes de parar o Barcelona. A menos que aconteça o que aconteceu, por exemplo, quando a Inter de Milão do Mourinho eliminou o Barcelona na Champions League 2009/2010; o adversário faz um gol e passa o resto do jogo tentando marcar e torcendo para Messi, Iniesta, Xavi e companhia perderam todas as, pelo menos 154, chances de gol que tiverem.

Hoje o Barcelona, apesar de muito melhor que o pobre Real Madri, não foi tão brilhante como das outras vezes. Mesmo assim, teve chance de fazer 4 ou 5 gols. 

Mas de diferente, mesmo, foi o gol de empate. O Barcelona não é o time que ignora a "bola parada", que recomeça o jogo numa cobrança de escanteio? Pois, ontem, enganou o mundo todo, aos 4 do segundo tempo, quando Puyol marcou de cabeça.

Pobre, Real Madri! Se vencendo por 1 x 0 já estava difícil de disfarçar o nervosismo, com o jogo empatado só restava torcer pra que um terremoto, um ataque terrorista ou coisa parecida acontecesse e justificasse o fim do jogo antes da virada.

Virada inevitável! Passe sensacional de Messi para gol de Abidal que, estimulado pelo brasuca Daniel Alves, comemorou dançando a coreografia da música do brasileiro mais influente do mundo - o "Ai, se te eu pego" do Michel Teló.

Agora já são 7 jogos sem vitória do Real Madri só no Santiago Bernabéu; 5 vitórias do Bracelona e 2 empates.
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Alguns corajosos não terão vergonha de dizer que tem faltado coragem ao Real Madri.

1982... Há 30 anos. Ah, 30 anos!

"Quatro pessoas num mesmo dia me dizem que vão fazer 30 anos. E me anunciam isto com uma certa gravidade. Nenhuma está dizendo: vou tomar um sorvete na esquina, ou: vou ali comprar um jornal. Na verdade, estão proclamando: vou fazer 30 anos e, por favor, prestem atenção, quero cumplicidade, porque estou no limiar de alguma coisa grave..." (trecho de "Fazer 30 anos" de Affonso Romano de Sant'Ana).
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Eu também estou às vésperas de fazer 30 anos. Não vejo nada de, exatamente, grave nisso. Talvez, tome um sorvete e compre um jornal mas sem querer parecer que trata de um dia "como qualquer outro". Dia que se completa 30 anos não pode dia "como qualquer outro". Trinta anos...olha...não é pouca vida, não, principalmente, quando a gente não perde de vista que a espécie humana vive muito poucos anos. Inclusive, a Dercy Gonçalves e o Oscar Niemeyer.

Bem... apesar dos poucos anos pela frente - mesmo, se mais 80 - resolvi olhar um pouquinho pra trás; conhecer um pouco dos que faziam e o que faziam por aqui no ano em que eu nasci.

1982...ano marcado, também, pelas últimas Eleições durante o regime militar no Brasil; a primeira eleição direta pra Governador desde 1960. Em São Paulo um dos candidatos foi o Luiz Inácio Lula da Silva. Há exatos 30 anos, em 17 de janeiro de 1982, a Folha publicou trechos de uma entrevista com ele, quando ainda nenhum partido havia decidido seus candidatos. Reparem que o discurso utilizado por ele durante mais de duas décadas já estava muito bem decorado. Um discurso arrastado até 2001 quando o publicitário Duda Mendonça levou o PT à manicure, à pedicure, ao cabelereiro, ao maquiador e ao cirurgião plástico. Hoje, Lula e o PT não se reconheceriam no espelho. Confira:

"O PT manterá sua linguagem e sua cobrança de oposição sem abrandamento, em função de uma pacificação geral, um entendimento que não existe. Pretendemos propor um levantamento de fundos para a campanha para mobilizá-la. Não podemos ficar a zero, mas não pretendemos entrar nessa brincadeira estapafúrdia de que as eleições exigem fortunas. Uma campanha exige, acima de tudo, um trabalho de conscientização. Não pretendemos gastar nem um décimo do que os candidatos dos outros partidos vão gastar em São Paulo, por exemplo. Não temos.

Recuso-me a tratar o PT como um partido nanico. Ter 30, 50, 150 deputados não quer dizer força ou grandeza de um partido político, porque a última eleição foi no bipartidarismo e teria que dar isso aí. Vamos conferir em 15 de Novembro.

Tenho sabido de críticas feitas a mim, insinuações de que o Lula não seria bom candidato a governador porque não tem cultura, não é preparado. É engraçado como as pessoas caem em contradição. Acho errado uma pessoa que se considera acima do nível do povo brasileiro querer representá-lo."

Como o mundo muda em 30 anos, não?

Michel Teló, o brasileiro mais influente do mundo.

Michel Teló esteve no Real Madri, onde além de quase não conseguir falar de tanta emoção por ter se encontrado com o Cristiano Ronaldo, posou para fotos com a camisa branca mais famosa do mundo.

Depois apareceu, numa outra entrevista, dizendo que agora, depois do mundo todo, só falta o Messi pra dançar o "Ai, se eu te pego!"

Tudo bem que a música é, inegavelmente, contagiante e que o paranaense, gremista é um cara muuuito sortudo. Mas colocar Real Madri e Barcelona pra dançar a mesma coreografia? Tarefa improvável até para o brasileiro mais influente do mundo.

16 de jan. de 2012

Eu, o cigarro e Deus.


Não foi nenhuma campanha do Ministério da Saúde, não foi nenhuma daquelas imagens no maço de cigarro, não foi nenhuma lei proibindo fumar em locais fechados, não foi nenhuma pressão familiar, não foi nenhum conselho de amigo, não foi nenhuma reclamação de uma boca beijada, muito menos foi a campanha do Drauzio Varela no Fantástico.

Algum tipo de tratamento? Adesivo? Goma de mascar? Comprimido? Absolutamente, nada.

E melhor: sem fissura, sem sofrimento, sem insônia, sem nervosismo, sem falta de concentração, sem crise de abstinência.

Estou escrevendo isso porque hoje eu me lembrei que fui fumante durante 16 anos. Nunca fumei menos de 1 maço de cigarro por dia. Eram 2 maços nos últimos 6 anos.

Me lembrei que fui fumante e me dei conta de que perdi a conta dos dias que estou sem fumar.

Bem...foi em Novembro do ano passado. Eu quis parar e consciente do quanto poderia ser difícil fiz um pedido: "Deus, me ajuda, por favor!"

É como se nunca tivesse fumado!

15 de jan. de 2012

Lugar de criança é no UFC.

Quem não tinha nada melhor pra fazer e se ocupou da transmissão do UFC nessa madrugada, diz que a Globo apelou para imagens de crianças nesse bem sucedido processo de popularização do UFC no Brasil (Ou o correto é dizer MMA? O que é uma coisa e o que é outra? Não tive tempo de pesquisar no google).

Crianças que, segundo esses telespectadores, foram levadas pelos pais para o ginásio onde, num octogono, homens trabalhadores lutavam pelo pão de cada dia.

E, ainda, segundo esses atentos telespectadores, essas crianças foram definidas pelo eufórico Galvão Bueno (outro que como narrador, também, apenas luta pelo pão de cada dia) como "gladiadores do novo milênio".

Eu também acho o Galvão Bueno pouco criativo, superestimado, de chavões medianos. É que a concorrência é muito ruim, então "sai que é sua Frangarel", "AyRRton, AyRRton Senna do Brasil", "Rrrrrronaldo", "Éééééééé...é do Brasiiiil" e outra coisinhas que ele arrisca, acaba dando certo. Afinal, são tantas vezes repetidas...e repetidas na TV Globo, não é?

Mas a discussão é outra. Acreeeeditem: nesse Brasil tem muita gente preocupada com o futuro da humanidade e, portanto, com a educação das crianças. Parece mas não é mentira.

Então...desde a madrugada tem gente que não dormiu. Nem depois das porradas. Mas não foi trauma por causa das pancadas na cabeça, dos estrangulamentos, não. De violência todo mundo está cheio, mais que acostumados. Ou alguém acha que uma frescura, uma coisa light como esse UFC (ou é MMA?) vai assustar brasileiro?

Tem gente preocupada é com as crianças. Com as que foram no ginásio e com as que viram pela TV as porradas do UFC (ou é MMA?).

Claro, e ninguém ouse dizer o contrário, que as críticas ao UFC (ou é MMA?) não tem nada a ver com o fato de estar sendo transmitido pela Globo. Quer dizer, tem pelo fato de ser a emissora de maior audiência no país mas, não por aquelas picuinhas - vagabundagens, mesmo - ideológicas. As pessoas só estão preocupadas com a educação das crianças, dos adolescentes, dos jovens, dos adultos, dos velhos, dos cadáveres (vai que um fã de UFC mija num cadáver...já viu, né?!).
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Há quem não peça opinião: "UFC (ou é MMA?) não é coisa criança". Outros que fazem enquete: "Afinal, UFC (ou é MMA) é coisa pra criança?" mas não aceitam um "sim" ou um "talvez" como resposta.

Eu que depois de ler, ontem, a coluna do Dom Odilo Scherer no Estadão prometi não "ceder à tentação do relativismo absoluto" - e que já havia me posicionado, vejam só, contra a considerada obrigação de chamar a Dilma de presidenta - não vou ficar em cima do muro: lugar de criança é no UFC (e até no MMA se não for a mesma coisa).

Se você nunca foi criança ou não tem boa memória ou não nunca fez regressão ou nunca leu sobre psicologia infantil ou nunca foi bom/boa observador/a, eu sugiro que você deixe duas crianças juntas e... Quer dizer, não faz isso, não; é muito arriscado. 

Mas...toda criança, antes de sofrer todo esse processo de civilização, é muito mais violenta que qualquer lutador de UFC (ou é MMA?). Levar uma criança para um ginásio pra ver esses caras lutando pelo pão de cada dia, na verdade, pode ser uma eficientissima aula de todas as matérias nobres e úteis que você imaginar.

Podem começar aprendendo, por exemplo, porquê alguns adultos vivem repetindo que "a vida é dura", o quanto pode ser difícil ganhar o pão de cada dia e que, apesar de toda violência, as lutas têm regras, o lutador não pode fazer tudo que quer, bater onde quiser... Já imaginou as lições que uma criança pode assimilar com essas observações? E com mais tempo e interesse a gente pode listar várias outras boas influências que um evento de UFC (ou é MMA) pode ter sobre uma criança.

Você levaria seu filho, seu sobrinho, seu neto...? Eu não.

13 de jan. de 2012

Matar pode. O resto é discutível.



Eu fico curioso pra saber como, por quê e por quem imagens como a dos soldados americanos fazendo xixi nos cadáveres talebans são publicadas. Nesses casos  me valho de um princípio de vida: Não acredito em tudo mas não duvido de nada.

Justo num momento em que o Taleban, estranhamente, demonstra a maior boa vontade do mundo em querer negociar com os Estados Unidos!? Não há limites para as boas teorias da conspiração. Nem para as práticas.

Mas curiosas, mesmo, são as reações de vários chefes de Estado, líderes políticos e especialistas em guerra-e-paz. Como defensores da boa conduta e da “ética da guerra”, não admitem o que viram, querem punição severa para os soldados mijões.

Afinal, matar pode, fazer xixi no cadáver, não; é crime de guerra.

Não matar deve ser crime de paz.

11 de jan. de 2012

Dinheiro não tem preconceito.

O honesto e o desonesto, 
o preto e o branco, 
o rico e até o pobre,
a criança e a velha.

 A puta e a freira, 
o dízimo e o imposto,
o agiota e o doador,
o Mensaleiro e a diarista.

O Eike Batista e o bombeiro,
 o gari e o Boris Casoy, 
o aposentado e o FHC, 
o Lula e o paciente do SUS.

O craque e o crack,
na zona franca de Manaus,
nas zonas da Guacurus e da Augusta,
e até na zona do euro.

Até comunistas quando existiam.

Dinheiro não tem preconceito.
Passa pelas mãos de qualquer um, pelos bolsos de qualquer um,
pelas meias de qualquer um, pelas cuecas de qualquer um.

Importante é lavar as mãos depois.

10 de jan. de 2012

O Papa e o comprometido presente da humanidade.

Verdadeiramente torna-se sombrio o mundo, quando não é iluminado pela luz divina! Verdadeiramente fica na escuridão o mundo, quando o homem deixa de reconhecer a sua ligação com o Criador, pondo assim em perigo também as suas relações com as outras criaturas e com a própria criação. (Bento XVI em 09 de janeiro de 2011)


Está por aí em todos os sites mau intencionados, mal informados e mal informantes a manchete: "O Papa afirmou que o casamento gay compromete o futuro da humanidade". Mentira, canalhice: Bento XVI não disse isso. E nem adianta afinar o latim porque o que não foi dito intraduzível está.

O que o pretenso representante de Deus na Terra fez foi um breve exercício de seu direito e dever: um discurso em defesa de princípios que ele e outros bilhões confessam acreditar.

E eis o presente da humanidade comprometido: ninguém mais consegue expressar em paz os princípios de sua fé. Nem o Papa. Um presente compreensível, também, muito porquê há mais de 160 anos muitas das cabeças influentes do mundo, entre políticos, escritores, publicitários e noveleiros têm como bíblia o Manifesto do Partido Comunista (uma citação que alguns não vão entender e outros vão ironizar).
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Liberdade Religiosa. Disso, Bento XVI disse: "...é bem compreensível que uma obra educativa eficaz exija igualmente o respeito da liberdade religiosa. Esta caracteriza-se por uma dimensão individual, bem como por uma dimensão colectiva e uma dimensão institucional. Trata-se do primeiro dos direitos do homem, porque expressa a realidade mais fundamental da pessoa. Muitas vezes, por variados motivos, este direito é ainda limitado ou espezinhado. Não posso evocar este tema sem começar por saudar a memória do ministro paquistanês Shahbaz Bhatti, cuja luta incansável pelos direitos das minorias terminou com uma morte trágica. E não se trata, infelizmente, dum caso único. Em numerosos países, os cristãos são privados dos direitos fundamentais e postos à margem da vida pública; noutros, sofrem ataques violentos contra as suas igrejas e as suas casas. Às vezes, vêem-se constrangidos a abandonar países que eles mesmos ajudaram a edificar, por causa de tensões contínuas e por políticas que frequentemente os relegam para a condição de espectadores secundários da vida nacional. Noutras partes do mundo, encontram-se políticas tendentes a marginalizar o papel da religião na vida social, como se ela fosse causa de intolerância em vez de uma apreciável contribuição na educação para o respeito da dignidade humana, para a justiça e a paz. O terrorismo religiosamente motivado ceifou, no ano passado, também numerosas vítimas, sobretudo na Ásia e na África. Por esta razão, como lembrei em Assis, os responsáveis religiosos devem repetir, com vigor e firmeza, que "esta não é a verdadeira natureza da religião. Ao contrário, é a sua deturpação e contribui para a sua destruição". A religião não pode ser usada como pretexto para pôr de lado as regras da justiça e do direito em favor do bem que ela persegue".

Falou sobre liberdade religiosa citando, em outros pontos, casos específicos de países marcados por intolerância religiosa. E se falou de problemas antigos do presente, não poderia deixar de provocar, o sentimento central do cristianismo, a esperança. Voltou-se aos jovens: O Beato João Paulo II lembrava que "o caminho da paz é também o caminho dos jovens", constituindo eles "a juventude das nações e das sociedades, a juventude de todas as famílias e da humanidade inteira". Por isso, os jovens pressionam-nos para que sejam consideradas seriamente as suas exigências de verdade, justiça e paz. Nesta linha, foi a eles que dediquei a Mensagem anual para a celebração do Dia Mundial da Paz, intitulada "Educar os jovens para a justiça e a paz". A educação é um tema crucial para todas as gerações, pois depende dela tanto o desenvolvimento saudável de cada pessoa como o futuro da sociedade inteira.

Se falou em esperança, em futuro, em juventude, não deixaria de fazer referência ao que ele e bilhões de fiéis acreditam ser a base de toda sociedade: a família. "Para além de um objetivo claro, como é o de levar os jovens a um pleno conhecimento da realidade e, consequentemente, da verdade, a educação tem necessidade de lugares. Dentre estes, conta-se em primeiro lugar a família, fundada sobre o matrimónio entre um homem e uma mulher; não se trata duma simples convenção social, mas antes da célula fundamental de toda a sociedade. Por conseguinte, as políticas que atentam contra a família ameaçam a dignidade humana e o próprio futuro da humanidade. O quadro familiar é fundamental no percurso educativo e para o próprio desenvolvimento dos indivíduos e dos Estados; consequentemente, são necessárias políticas que o valorizem e colaborem para a sua coesão social e diálogo. É na família que a pessoa se abre ao mundo e à vida e, como tive ocasião de lembrar durante a minha viagem à Croácia, "a abertura à vida é um sinal da abertura ao futuro".

O Papa não disse o que dizem que ele disse e mesmo se tivesse dito não teria dito nada que justificasse tanta  purpurina. Mas eu sei que não adianta argumentar. Quanto mais distorcido, menos refletido, menos analisado e, claro, menos lido, melhor, especialmente para um monte de aproveitadores infelizes militantes de causas e causas. O futuro da humanidade está, sim, comprometido. Essencialmente por uma causa: a ignorância.